Páginas do Fernando Birman

Friday, August 28, 2009

Crônica toscana 3

Na hora de dirigir, fico muito mais à vontade na França. Vocês vão entender as minhas razões. A seguir, alguns comentários sobre as viagens automotivas exploratórias pela Toscana.

A indústria italiana de multas é tão agressiva quanto à brasileira. Há excesso de radares, sendo que as vicinais possuem longos trechos limitados a 50 km/h. Bastava andar nesta velocidade por alguns quilômetros, que se formava uma fila atrás de mim!

A Itália é bem criativa quanto à fixação de limites de velocidade. Encontrei as seguintes dezenas sinalizando velocidade máxima: 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110 e 130. Não me lembro de 120!

Na França, boa parte das rodovias com pedágio possui três faixas e um acostamento por pista. Na Itália, algumas das principais rodovias do país têm apenas duas faixas e um acostamento (bem sem vergonha) em cada pista. Pelo menos, a máquina do pedágio aceitava Amex!

Não deve ser fácil atualizar os mapas rodoviários italianos. Quando retirei o carro, a moça da Hertz falou: “Não confie muito em GPS por aqui”. Eu trouxe o meu, mas ela tinha acabado de alugar um para um turista americano. Exagero à parte, funcionou muito bem.

A maior emoção foi transitar na área de pedestres de Florença. No centro histórico, o acesso de veículos particulares é proibido. O hotel estava nesta área. Existia apenas um caminho autorizado da Hertz até a porta do hotel. Eu até consegui acertar, o problema é que cheguei na mão contrária.

De frente para o hotel, tinha que fazer uma curva de 180 graus numa rua em que circulavam ônibus nas duas mãos. Quis fazê-lo do jeito mais seguro e civilizado possível. Quando vi os ônibus vindo sem qualquer intenção de frear nos dois sentidos, resolvi sair da rua. Que bobagem! Entrei no centro histórico (calçadão) e não sabia como voltar à rua do hotel.

Passei pelo Duomo e pela Piazza della Repubblica. Só faltava entrar no Ponte Vecchio! Tudo era proibido. Afinal, não era para estar de carro ali. Depois de alguns longos (longuíssimos) minutos, achei um caminho para sair e caí no mesmo lugar, em frente ao hotel. Desta vez, encarei o “cavalo de pau”.

A recepcionista do hotel sabia que eu havia saído apenas para buscar o carro. A garage da Hertz ficava a uns 500m do hotel. Eu voltei meia hora depois! Todo suado. Deixei a chave com ela e falei: “Que calor que faz aqui”.


Foto: Entrada do Palazzo Vecchio. Abaixo, a visão geral. Acima, o detalhe com a réplica do David de Michelangelo. O original está no Museu da Academia, não muito distante da praça. O palácio do século XIII foi residência dos Medici e funciona como prefeitura de Florença atualmente.



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