1) Separamos o lixo: Na França, a reciclagem está a caminho dos 70% do lixo total, um índice bem razoável. Depois que me acostumei a separar o lixo, fica difícil jogar uma garrafa PET e casca de banana no mesmo cesto. Para evitar aqueles comentários irônicos do meu post “Saco!”, as coletas do lixo comum, do reciclável e do vidro são independentes. Perfeito! Só não descobri aonde jogo as lâmpadas incandescentes.
2) Não precisamos mais possuir as coisas: Fenômeno mundial de transformação de certos produtos em serviços. A tendência é forte em tudo que é relacionado à tecnologia da informação e conhecimento, mas vai se replicando para outros setores da sociedade. Exemplo recente são as bicicletas públicas das cidades francesas: Pega-se numa esquina e deixa-se em outra.
3) Não vivemos sem conexão: Seja via celular ou micro, não dá para abrir mão do e-mail, SMS, redes sociais, etc. Existem 1,1 bilhão de pessoas conectadas à Internet. Ainda falta muita gente, mas isso já é 95% do PIB do planeta.
4) Largamos a TV: Pelo menos, na França, a audiência caiu brutalmente. Não faltam opções e, de alguma forma, o fenômeno está ligado ao item anterior. Considerando que todas as TVs do mundo estão sujeitas a uma certa manipulação, é uma vitória democrática.
5) Queremos tudo de graça: Eu até concordo com a tendência, mas talvez escrevesse de outra forma. A verdade é que quase ninguém tem pago por música. Muita gente não tem pago por filmes. E, logo mais, com a popularização dos leitores eletrônicos, não vão pagar por livros. E o jornalista do Le Monde que escreveu isso vai perder o empreguinho dele. O mundo está buscando um novo modelo de comercialização e remuneração do conteúdo cultural.
6) Largamos o carro: Só na Europa! A combinação de medidas que punem o uso do carro (e.g. pedágios urbanos) com o transporte público que funciona faz com que o carro seja um mico. Não é incomum encontrar europeus que não sabem dirigir. Quanto às Américas, ainda tem muito chão pela frente.
7) Comemos de maneira diferente: O governo francês promove o consumo de frutas e legumes. Ainda tem os produtos orgânicos, cuja oferta não para de crescer. Enfim, acho que é uma tendência mundial, mas andando em ritmos diferentes através do mundo.
8) Não enchemos mais o carrinho do supermercado: O hábito da grande compra semanal ou mensal no hipermercado tem diminuído muito. Não é bem por causa da crise, mas por que o varejo de proximidade cresceu e aprendeu ser competitivo. Enfim, é mais pratico e ecológico comprar perto de casa, sem grandes filas, mesmo que duas ou três vezes por semana, do que ir até o Carrefour da periferia. Parece algo bobo, mas afeta o dia a dia de quase todos.
9) Compramos mais usados: A credibilidade do mercado de segunda mão foi restaurada pela Internet. Por que não?
10) Voltamos ao centro das cidades: Já com alguns anos, a atratividade dos centros urbanos é maior do que a periferia, onde ficam os grande bolsões residenciais. O transporte acaba pesando no bolso de quem vem de longe. A tendência é limitada pela própria disponibilidade de imóveis nos já caros centros das cidades européias.
Foto: Um cantinho no centro de Bayeux, às margens do Aure. A cidade normanda foi uma das poucas que saíram intactas da Segunda Guerra.
Eu me habituei a separar o lixo orgânico do reciclável, mas o problema que o condomínio onde moro ainda nao fez um acordo com a prefeitura de São Paulo para a coleta seletiva. Todos deveriam ter essa consciência e educação, mas aqui no Brasil ainda está muito aquém do regular.
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