Alguns assuntos que foram notícias durante a semana mostram
como a nossa sociedade é complexa. Na mão dos líderes daqui e dali, não existem
decisões óbvias.
- Um dos debates paulistanos é a circulação de táxis nos corredores de ônibus. A sua proibição traz benefícios evidentes para a maior fluidez dos coletivos. Por outro lado, acredito que um sistema de táxi rápido e competitivo complementa o próprio transporte coletivo. É essencial para os negócios da cidade e pode ser um fator de peso numa decisão de se abandonar o carro próprio.
- Há três anos, fiz um post satirizando a demora na decisão de compra dos novos caças da FAB. Outra questão difícil, cada alternativa tinha seus prós e contras. A opção sueca agrada aos militares. O Lula tinha uma visão mais política dessa compra. Concordo com ele, pois uma parceria com a França ou Estados Unidos poderia ser muito mais ampla, envolvendo trocas mais importantes do que apenas os aviões.
- O governo desconversa quando é questionado sobre o pedido de asilo do Snowden. De fato, a coisa parece não ter sido formalizada corretamente. Snowden pode ser um “mico”, mas também pode trazer um pouco mais de brilho e protagonismo ao Brasil no debate global sobre privacidade. Não seria ruim para os EUA. Afinal, qualquer coisa é melhor do que deixá-lo sob a guarda do democrático e honesto Putin.
- Ainda sobre o Snowden, é difícil de acreditar que o assunto não esteja na pauta diária da Casa Branca. Quando escrevi meus posts sobre o caso, não imaginava um estrago tão grande. Há uma série de repercussões negativas internas e externas, gerando desgastes e perdas econômicas. Os EUA devem negociar com Snowden? Ó dúvida cruel! Acho que sim. Tudo indica que tenha revelações ainda mais bombásticas e não esteja blefando. Bem, neste caso ainda é preciso encontrar uma saída honrosa para o pessoal de Washington.
Enfim, neste post mostrei quatro decisões difíceis. Nenhuma
seria isoladamente certa ou errada. Talvez não façam sentido sozinhas, estão
inseridas dentro de um contexto, associadas a outras escolhas. Ao final, julgaremos
Haddad, Dilma e Obama pelo “conjunto da obra”. Como disse Camus: “A vida é a
soma das nossas escolhas”.
Foto: Jardim japonês do Parque Balboa em San Diego.
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