Páginas do Fernando Birman

Wednesday, June 15, 2016

Fofinho

Mais uma vez, escrevendo do trem. Estou voltando de Lyon para Bruxelas na companhia da torcida da Islândia, que jogou ontem em Saint-Etienne. Os torcedores têm torcido muito: pelos seus times e pelo não cancelamento das suas viagens. Apesar dos grevistas e das manifestações, a bola está rolando.

Dada a importância da competição, o futebol divide o noticiário com os problemas políticos, econômicos e sociais. Talvez seja escapismo. Digamos que todos nós mereçamos ver um assunto diferente nos jornais de vez em quando. A reforma trabalhista na França, as suas manifestações contrárias, as ameaças de terrorismo ou a possível saída da Inglaterra da União Europeia são muito importantes, mas ninguém é de ferro.

Por falar em escapismo, os jornais belgas tiveram seu momento de ternura, quando nasceu o filhote de panda-gigante num zoológico do país. As imagens percorreram o mundo. Existem muitos poucos exemplares do belo urso fora da China e conseguir a sua reprodução em cativeiro é um feito louvável.

Entre tantos animais interessantes ou bonitinhos, nenhum supera o panda-gigante. Leão, tigre, elefante ou girafa, não tem pra ninguém! A prova está no caixa dos zoológicos. Aqueles que têm panda atraem um público maior. A história do zôo em questão, o Pairi Daiza, divide-se em antes e depois dos pandas.

Entretanto, estamos na Bélgica, onde nem mesmo uma notícia fofinha escapa da polêmica. O Pairi Daiza fica na Valônia. O nascimento do panda depertou muitos ciúmes do seu congênere de Flandres. O zôo de Antuérpia pode ser muito bem administrado e queridinho dos flamengos, mas não tem panda!


Foto: Mais uma foto nos famosos Jardins de Giverny

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