A intenção de se alcançar uma única escrita para o nosso idioma é louvável, mas deixo aos filólogos e linguistas (sem trema) o julgamento da forma escolhida pelos acadêmicos. Antes de deixar o Brasil, li a crônica de João Ubaldo Ribeiro, um contrarreformista (sem hífen), com várias situações hilárias provocadas pela eliminação de muitos acentos.
Entre vantagens e desvantagens, eu apoio (agora, sem acento agudo) a reforma. A França, por sua vez, recusa-se a mexer no idioma de Victor Hugo, Molière e Dumas. O resultado é o distanciamento contínuo da língua falada e da escrita. Alguns acreditam numa conspiração elitista, uma vez que se forma uma barreira relevante para inclusão social ou no próprio mercado de trabalho.
Escrever bem em francês não é para qualquer um. Difícil imaginar que o idioma resista à geração torpedo, que transformou "qu’est-ce que c’est?" (o que é isso?) em "keske c".
Foto: Lyon, neste final de semana, às margens do Saône. Temperatura negativa e inversão térmica. Não é muito confortável para passear, mas vale a foto.
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