Monday, January 12, 2009

Reforma Ortográfica

E por falar na nova ortografia, gostaria de enfatizar que quaisquer correções ao texto deste blog serão sempre benvindas. Trouxe um pequeno manual com as novas regras, mas ainda não memorizei tudo, sobretudo os segredos da hifenização, o novo grande charme da última flor do Lácio: Inculta, bela e padronizada.

A intenção de se alcançar uma única escrita para o nosso idioma é louvável, mas deixo aos filólogos e linguistas (sem trema) o julgamento da forma escolhida pelos acadêmicos. Antes de deixar o Brasil, li a crônica de João Ubaldo Ribeiro, um contrarreformista (sem hífen), com várias situações hilárias provocadas pela eliminação de muitos acentos.

Entre vantagens e desvantagens, eu apoio (agora, sem acento agudo) a reforma. A França, por sua vez, recusa-se a mexer no idioma de Victor Hugo, Molière e Dumas. O resultado é o distanciamento contínuo da língua falada e da escrita. Alguns acreditam numa conspiração elitista, uma vez que se forma uma barreira relevante para inclusão social ou no próprio mercado de trabalho.

Escrever bem em francês não é para qualquer um. Difícil imaginar que o idioma resista à geração torpedo, que transformou "qu’est-ce que c’est?" (o que é isso?) em "keske c".


Foto: Lyon, neste final de semana, às margens do Saône. Temperatura negativa e inversão térmica. Não é muito confortável para passear, mas vale a foto.

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