Dois eventos terrivelmente mortais ainda estão na memória recente da França. Um atentado que matou onze engenheiros no Paquistão e uma emboscada que tirou a vida de dez soldados no Afeganistão. Apesar do contexto de insegurança daquela região do planeta, os dois casos foram surpreendentes. As famílias das vítimas ainda aguardam as explicações definitivas, que talvez jamais sejam comprovadas.
Afeganistão, 2008
Além de não ter participado da campanha contra o Iraque, a França havia se retirado do Afeganistão. Sarkozy, num esforço de reaproximação com os EUA e a OTAN, enviou novas tropas ao Afeganistão. A França ocuparia uma área relativamente calma, sem histórico de confrontos contra o Talibã. As tropas francesas estavam fazendo muito mais patrulha do que guerra. Melhor assim, pois qualquer baixa precoce poderia atrapalhar a vontade de Sarkozy de cooperar com os seus aliados.
E foi logo no início das operações que a França foi surpreendida. Naquela área supostamente calma, os talibãs emboscaram uma patrulha de dez soldados, que foram assassinados. Não levaram apenas chumbo grosso, foram mutilados e torturados. De onde vieram esses talibãs? Por que tanta raiva?
Não há como se esconder as baixas. O governo tentou abafar as notícias sobre as condições em que os corpos foram encontrados. Tentou. As condições anormais desta emboscada levaram a investigações adicionais.
As tropas francesas foram para uma área ocupada anteriormente pelas tropas italianas, que foram realocadas. O que ninguém sabia é que a paz encontrada pelos italianos era na verdade fruto de um acordo super secreto. A Itália estava pagando uma boa mesada aos talibãs, a fim de se evitar qualquer conflito. Acredite, se quiser!
Ao serem substituídas, as tropas italianas interromperam o pagamento e não avisaram os franceses da existência desse acordo. Os soldados franceses que faziam um "passeio" nunca imaginariam que seriam brutalmente assassinados pela cobrança de uma dívida que mal conheciam.
Evidentemente, os italianos negam e vão negar a história até o fim. Berlusconi diz que não sabia de nada.
Foto: No centro de Caen, a bela e grandiosa Abadia dos Homens, onde também funciona o Hôtel de Ville. A cidade de Guilherme o Conquistador foi praticamente destruída (70%) na Segunda Guerra. Se sobraram alguns dos tesouros do seu patrimônio, é por que antes havia muito mais. Clique aqui para ver uma foto histórica da vista a partir do castelo de Guilherme logo após a guerra. Note que a Abadia dos Homens, intacta, é bem visível na foto.
Fico até sexta do outro lado da Mancha, depois volto com a segunda parte. Até breve!
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