Vai para o Panteão ou não vai? Entre políticos e intelectuais, a discussão do momento é se os restos mortais do grande escritor e filósofo Albert Camus devem ser transferidos para o Panteão. Lá, poderão ficar ao lado de Victor Hugo, Alexandre Dumas e Emile Zola, entre vários heróis e expoentes da cultura francesa.
A obra de Camus é incontestável: O mito de Sísifo, A peste, O estrangeiro, A queda e tantos outros. Pensando bem, por que Camus e não seu desafeto Sartre? Por que Descartes e Balzac não estão no grande templo republicano parisiense?
A decisão é puramente política. No caso, o pestinha Sarkô quer criar um fato político. Camus é um "pied noir", ou seja, um argelino descendente de franceses e repatriado à França. A Argélia é uma mácula na história da França, algo que foi mal resolvido e ainda desperta muito ressentimento. Sarkô, com popularidade em baixa, precisa de bondades para serem capitalizadas.
A obra de Camus é universal e merece esta honraria. Estar no Panteão é a maior das homenagens póstumas da França. Apesar de sua família ter acordado com a homenagem, tenho minhas dúvidas se ele mesmo aceitaria participar desta encenação.
Foto: Outra tomada das belíssimas falésias de Etretat.
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