Sunday, October 20, 2013

2014


No meio político, a grande dúvida é se a Dilma será reeleita no primeiro ou no segundo turno. Parece inacreditável. Há poucos meses, as massas invadiam as ruas e acenavam para um futuro diferente.

As manifestações foram habilmente esvaziadas. A infiltração orquestrada de baderneiros assustou aqueles que se manifestavam legitimamente. Além disso, o "mico" passou para os governos estaduais de São Paulo e do Rio, criticados quando reprimem e quando não reprimem.

O programa Mais Médicos foi uma cartada genial. Quase escrevi um post sobre o assunto, mas preferi esperar pela opinião dos especialistas.  Podemos criticar os métodos e a forma do governo impor o programa, mas não a sua lógica.

Além de fazer sentido sob o prisma sócio-econômico, é uma ação política decisiva, capaz de consolidar a vitória da Dilma e ainda ameaçar os últimos bastiões tucanos. Resta à oposição o medíocre papel de ficar denunciando médicos argentinos e cubanos que cometam deslizes. Algo que começa a aparecer nas redes sociais, mas é estatisticamente irrelevante.

Num país tão desigual, um governo populista sempre poderá achar uma cartada para virar o jogo e ganhar mais quatro anos de poder. E temos que admitir que não foi este governo que criou um dos países mais desiguais do mundo.

A questão é onde parar. De cartada em cartada, o Brasil vai definhando. O desempenho do país na era Dilma não é mais o mesmo. Graças a contínua deterioração dos indicadores, nossos 15 minutos de fama já acabaram. Estamos andando para trás.

Se serve de consolo, falta um ano para as eleições. É bem verdade que os rivais da Dilma são umas mulas, tão ruins quanto ela, mas, em um ano, muita coisa pode acontecer. Afinal, nosso país é regido pela antiga máxima: "o Brasil cresce enquanto os políticos dormem".


Foto: Mudando de Bruges para Gante, ainda na Bélgica.

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