Sunday, October 13, 2013

Le cirque des ténèbres

Dizem que a série A do campeonato brasileiro de futebol está muito equilibrada ou nivelada por baixo. Eu digo que a atual classificação é a cara do Brasil! Nada mais coerente com a nossa realidade social, política e econômica.

Os quatro times a serem rebaixados são nossos miseráveis. Os demais 12 times, que ainda não descartam a possibilidade de rebaixamento, são aqueles que saíram do status de pobreza absoluta graças aos programas sociais, mas ainda estão longe de ser uma classe média de verdade. O Cruzeiro, isolado lá na frente, representa a nossa elite, a classe A mais um bom pedaço da classe B.

Os clubes agem com a mesma ética dos nossos partidos. Preparam as desculpas para um eventual rebaixamento, começam a buscar bodes expiatórios. Culpam a tabela, o campeonato, o calendário gregoriano, a semana de 7 dias e assim por diante.

Um grande clube paulistano fala de cansaço. Eu entenderia se o Cruzeiro alegasse cansaço, mas quem namora o rebaixamento desde o início do campeonato não tem a menor condição moral de fazê-lo.

Muitos criticam a falta de planejamento. A fórmula de 20 times cruzando-se em dois turnos é universal. Sabemos de antemão todos os 38 jogos e as suas datas. O que mais querem? Combinar os resultados?

O problema do futebol é o problema do Brasil: incompetência e corrupção. Não há fórmula que resista a esses dois males.

Não ligo se meu time for rebaixado e nem se o Brasil não for campeão em 2014. Porém, não posso concordar com a CBF, quando diz que o futebol não depende do governo. É uma piada de mau gosto diante dos gastos com a Copa do Mundo.

Além de tudo, as transações de jogadores são fraudes explícitas ao Fisco e quase ninguém nesse mundo paga os mesmos 27,5% (teto) que são descontados implacavelmente do meu e dos seus salários.

Nosso circo preferido está ficando muito caro!



Foto: Ainda em Bruges, nas proximidades do "begijnhof" local, uma espécie de condomínio de beatas. Talvez, elas ainda acreditem na seriedade dos clubes de futebol.

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