Tem sido interessante observar a evolução dos diversos grupos de Whatsapp ao longo dos últimos meses. Desde as últimas eleições talvez. A famigerada polarização destruiu qualquer espírito de camaradagem e, muitas vezes, a própria harmonia familiar.
Tiveram mais sorte os grupos temáticos (e.g. futebol, vinho
ou filmes) e aqueles estritamente profissionais. Mesmo nesses últimos, de vez em quando, escapa uma provocaçãozinha, merecedora de reprimenda instantânea.
Discutir política é absolutamente necessário, ao
contrário do que preconiza a sabedoria popular brasileira. Faz parte do
processo democrático e é essencial para a elaboração da nossa visão de país, para
a conciliação em torno das grandes prioridades e para a avaliação dos nossos
representantes e instituições.
Reconheço que a armadilha da polarização tem impedido as
boas conversas. Com os ânimos tão acirrados, insistir no diálogo é desgastante.
Exercendo a cidadania, proporcionamos a cizânia.
Tentei classificar o comportamento dos grupos de Whatsapp remanescentes
conforme a sua estratégia de sobrevivência:
“O silêncio dos inocentes”: Continuam com um monte de
gente, que quase não se manifesta. Foram dominados por aquela minoria
barulhenta, defensora de uma bandeira política.
“As patricinhas de Beverly Hills”: Tem boa
participação, mas faz um grande esforço para ficar nas amenidades e preservar
as amizades. Quando surge uma discussão mais contundente, o pessoal esfria e
volta à normalidade.
“Feios, sujos e malvados”: É o grupo de confronto, se
é que sobrou algum deles. É ataque vindo de todos os lados. Mesmo sendo quase
tudo fake news, o objetivo é manter o outro sob pressão constante. Vale tudo.
“Turma da Mônica”: Para fugir dos grupos acima,
criaram-se inúmeros grupos menores, onde os verdadeiros amigos podem interagir num
clima de respeito mútuo.
“O grande ditador”: Espero que o leitor não participe
de algum grupo desses. Na prática, não é um grupo, mas um órgão de divulgação. É
de onde pessoas próximas da política disparam as informações privilegiadas, ou
seja, fake news fresquinhas.
Se o leitor conhecer algum outro tipo de grupo, compartilhe!
Leitura complementar:
Foi por
dinheiro - Um post de agosto de 2020
Polarização - Um post de setembro de 2020
Foto: Para fechar esta sequência latino-americana, uma foto
do Jardim Japonês de Buenos Aires (2020).
Grupo da família não tem problemas, todo mundo tem medo da diretora da OMS ;-))
ReplyDeleteFui parte de um grupo que era contra a tal cultura do cancelamento, mas disse umas verdades, #aVerdadeDói, me cancelaram.
Tem um grupo de colegas de escola que tem cloroquino-trumpo-bolsonaristas ainda convictos, quando jogam muita merda mando enfiar de volta no cú. Grosseria mas não tenho mais paciência com gente que matou meio milhão.
Não sei contribuir para a categorização.
Também não sei contribuir. Uma vez me colocaram no grupo do trabalho, eu consegui sair antes que a organizadora tivesse colocado todo mundo. Não gosto de WhatsApp. Faço parte de grupos de família onde, realmente, todos se amam, nunca dá problema. É uma bênção. Apenas celebramos conquistas, apoiamo-nos nas adversidades, e trocamos idéias. Faço parte de grupos maiores de colegas de juventude mas participo muito esporadicamente. Num desses grupos, apenas alguns escrevem, e escrevem muito. Um dia fui contar para uma amiga o que o Fulano estava escrevendo, pois eu estava chocada. Ela respondeu: "Helô, mas quem é o Fulano?" De fato, na época em que convivíamos o Fulano não era relevante sob nenhum aspecto. Por que agora eu me importava com os pensamentos do Fulano?
ReplyDeleteIsso.
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