O filme ‘Des hommes et des dieux’ deixa no ar a autoria do massacre de Tibhirine. Com elegância, entre o governo da Argélia e a milícia islâmica, não há heróis nem vilões. Infelizmente, as coisas nem sempre são tratadas desta maneira.
Não é preciso muito esforço para perceber que muitos dos grandes conflitos atuais da Humanidade têm uma das partes ligadas ao Islã: As guerras do Oriente, as insurreições africanas, as discussões européias sobre burcas e minaretes, o debate americano em torno da mesquita de Manhattan e assim por diante.
Diante de tantos fatos, qualquer desavisado pode cair na tentação de associá-los indevidamente. E, com certeza, muita gente usa essa forma de manipulação. Islamofobia pura.
No dia 5 de setembro, o Gustavo Chacra comentou em seu blog o livro ‘A World Without Islam’ de Graham Fuller. Recomendo a leitura do artigo. O livro mostra que, se por um capricho da história, o Islã não existisse, este mundo hipotético não seria muito diferente, sendo que os mesmos conflitos seriam travados entre outras religiões. Possivelmente, a rivalidade entre cristãos e muçulmanos poderia ser convertida num grande racha do mundo cristão, opondo os ortodoxos aos demais.
O livro é extremamente oportuno para os nossos dias. Ele reforça a velha máxima de que nunca existiu guerra de religiões. Os homens brigam por poder. A religião é a forma de manipulação preferida daqueles que o detém.
Fico por aqui. Meu exemplar de ‘A World Without Islam’ chega amanhã, se a Amazon.fr não falhar. Quem sabe, continuemos a conversa. Pessoalmente.
Foto: A última tomada de L'Isle-sur-la-Sorgue, na Provence. A cidade e suas praças espalham-se ao longo dos canais do Sorgue.
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