Neste período de pandemia, os ataques cibernéticos
explodiram e atingiram inúmeros alvos em todo planeta. A maior parte deles é
feita de forma automatizada, espalhando-se um número gigantesco de iscas - emails,
links e torpedos - a espera de uma vítima infeliz, que acaba infectando a sua
organização.
É verdade que muitos ataques são direcionados. Nesses casos,
o pelotão de elite dos hackers de algum grupo criminoso usa as suas habilidades
para encontrar o melhor caminho para seu objetivo. Não é difícil! Os grupos
mais organizados, aqueles ligados a países como Rússia, China e Coréia do Norte,
possuem um arsenal de vulnerabilidades dos softwares utilizados por nós,
prontos para serem acionados. Enfim, você tranca a porta da frente, mas os
caras têm a chave da porta dos
fundos.
Existem situações, onde o crime cibernético empenha um
esforço ainda maior. Empresas com alguma propriedade intelectual relevante, que
seja do interesse da ‘concorrência’, são exemplos desses alvos. Para se garantir
a eficácia da incursão, a abordagem vai além do ciberespaço.
A literatura policial especializada está repleta de
histórias parecidas. As armas cibernéticas são deixadas de lado em troca da boa
e velha ‘engenharia social’, abordando-se funcionários e ex-funcionários de
empresas detentoras de segredos industriais relevantes. Em outros casos, a
mesma abordagem é feita para se alcançar um acesso privilegiado à rede da
empresa. Basta convencer um único funcionário a colocar um pen drive no
computador correto, que o restante do crime pode ser cometido remotamente do
outro lado do planeta.
Na última semana, a tão admirada Tesla
confirmou que foi vítima de uma tentativa ataque deste último formato. Um
funcionário da Gigafactory foi
abordado por um turista russo, que ofereceu um milhão de dólares para que infectasse
a rede da empresa. Sim, um milhão de dólares!
O funcionário exemplar não cedeu à tentação. Com a entrada
do FBI no episódio, o russo acabou preso. A lição deste evento tão recente é
mostrar que as preocupações com a cibersegurança devem ir muito além da cibersegurança.
Quando os hackers querem sacanear a sua empresa, não há limites.
Felizmente, tomamos conhecimento do fato. É fundamental que
todos saibam que esse tipo de coisa acontece, e muito! Vários eventos semelhantes
são tratados em sigilo privando o mundo da real dimensão do problema.
Fica o alerta para os executivos de organizações que tenham qualquer
atrativo, seja tecnológico ou nos seus valiosos dados. Será que todos os
funcionários passariam num teste de lealdade similar? Qual é o elo mais fraco de
cada organização?
Leitura complementar: Porta dos Fundos (2013) Cibersegurança (2020)
Foto: Ainda sobre aquelas inesquecíveis férias de 2016, logo depois da mudança para o Brasil. As águas tranquilas do Lago Bled (Eslovênia) convidavam-nos para o merecido descanso.
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