A proibição da burca não é tão simples de ser implementada e também não tem resultados garantidos. Para começar, existem outros trajes e costumes islâmicos que não condizem com o papel da mulher numa sociedade republicana, democrática e humanista. Aparentemente o governo francês não pretende ir muito longe nesta aventura.
Mais difícil do que fazer a lei é aplicá-la. A proibição do uso de símbolos religiosos nas escolas funciona bem nas áreas centrais. Nos subúrbios, impera o comunitarismo. Em várias áreas de maioria islâmica, políticos aderiram ao toma-lá-dá-cá, ao fisiologismo: "Votem em mim e a cantina da escola vai ter comida apropriada para os muçulmanos". "Votem em mim e haverá um ginásio para separar as meninas na aula de educação física". E assim por diante.
Quero crer que esses fenômenos periféricos não sejam a regra. A França é um dos poucos países que conseguiu colocar a religião no devido lugar, mas o proselitismo islâmico ameaça a harmonia da sociedade laica.
Foto: Château de Fléchères, bem pertinho de Lyon, no departamento do Ain. O castelo do século XVII esconde um templo calvinista. A guerra de religiões já estava encerrada, mas as limitações impostas aos protestantes fizeram com que Jean de Sève optasse por residir na ala lateral do castelo e consagrasse toda a parte central para a sua religião.
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