Saturday, March 5, 2011

Ex-cola 2.0

Nas últimas semanas, dois casos comprovados de plágio foram muito comentados. O primeiro foi o do Professor Andreimar Soares na USP (Ribeirão Preto). O segundo, do ex-ministro alemão Karl-Theodor zu Guttenberg, da Universidade de Bayreuth . Também tivemos o caso de Saif Al-Islam Kadafi, suspeito de plágio na sua tese de doutorado na London School of Economics. Porém, deste último, não esperávamos muita coisa.

Andreimar e Karl-Theodor se deram mal, muito mal. Seus nomes estão na latrina. Que sirva de exemplo para o mundo inteiro, sobretudo para quem ainda está nos bancos escolares. Plágio não é invenção do século XXI, mas presume-se que as facilidades trazidas pela tecnologia da informação facilitaram a vida dos maus estudantes e profissionais das mais diversas áreas. É o mundo do "copiar e colar" atropelando a ética.

Felizmente, a própria tecnologia, que tanto facilita a cópia, dá meios para controlá-la. Existem dezenas de ferramentas sendo usadas para se detectar o plágio. Limitadas ou não, certamente têm ajudado. Entretanto, o caminho não é por aí.

Em 2009, escrevi o post "Ex-cola", que ainda é atual. No meu tempo de estudante, o máximo que se discutia era o uso de calculadoras em determinadas disciplinas. Hoje, com um dispositivo bem menor do que aquelas calculadoras, temos pleno acesso a Internet.

A questão maior não é colar ou não colar, copiar ou não copiar, mas se os cursos estão adaptados para esse novo mundo. Não adianta fugir da realidade, o conhecimento factual estará sempre na palma da mão e cada vez mais acessível. As escolas devem necessariamente mudar seus currículos e métodos. Quando um estudante enfrenta o dilema de colar ou não colar, já é tarde demais. Errou na escolha da escola, do curso ou do professor.


Foto: Em Fontenay, acima, a vista frontal da igreja. Abaixo, o seu interior.


1 comment:

Felipe Pait said...

"Quando um estudante enfrenta o dilema de colar ou não colar, já é tarde demais. Errou na escolha da escola, do curso ou do professor." Acertou na mosca. Vale também para o professor: quando tem que apelar para o software de detecção de plágio, é porque montou o curso e a avaliação do jeito errado.