As noites de Lyon geralmente terminam em agradáveis caminhadas. Nas históricas ruas do centro da cidade, estacionamento é coisa rara. Se São Paulo é difícil, aqui é impossível. Um desses sábados, fui de carro. Cinco minutos para chegar ao centro, uma hora para estacionar.
O melhor mesmo é o transporte público. Porém, quando a noitada vai além do jantar, ele nos deixa na mão, pois encerra seus serviços antes de 1:00. Sorte minha poder ir e voltar a pé. Tirando os dias muito frios ou quentes, tem sido um hábito que certamente deixará saudades quando voltar a São Paulo.
Um episódio trivial ilustra bem o contraste entre os hábitos paulistanos e lionenses. Após um jantar na famosa Rue Mercière, caminhava de volta para casa, quando passei diante do "Nicolas Le Bec", um restaurante de duas estrelas em franca ascensão. Fui lá poucas vezes, sempre por razões profissionais. Posso confirmar que as duas estrelas são bem merecidas e que um jantar ali sai em torno R$ 600 por pessoa.
Por estar no centro de Lyon, mesmo um restaurante desse nível não oferece serviço de manobrista. Cruzei com um casal que acabara de jantar no Le Bec. A 50m do restaurante, eu já estava de olho na porta, observando o ritual de despedida entre o "chef" e os seus clientes. A 1m do casal, eles me abordaram e perguntaram: "O Senhor poderia nos informar onde fica o ponto de ônibus mais próximo?"
Indiquei o ponto de ônibus. Só espero que eles ainda tenham algum trocado para pagar o ônibus.
Estarei em convenção durante uma semana, provavelmente, sem novos posts. Encerro com um brinde à minha quarta primavera na cidade. Até!
Foto: Ainda da minha safra de fotos da viagens 2009, uma foto de Riom, na perferia de Clermont-Ferrand, região da Auvergne. A parte intramuros é um pouco cinzenta, mas nem por isso pouco interessante.
No comments:
Post a Comment