Agora que o escândalo Bettencourt está perdendo força, o atentado de Karachi volta à cena. Leiam o meu post "The Ugly, The Bad and The Worse - Parte II" para compreendê-lo. O processo tem sido lento, mas as famílias das vítimas estão cada vez mais próximas de uma resposta oficial do Governo.
Com essa notícia requentada, pelo menos pude aprender uma palavra essencial para os nossos dias: Retrocomissão. A palavra não existe na língua portuguesa, mas, em compensação, a prática é deveras conhecida. Digamos que é uma das formas mais elementares de corrupção e financiamento de campanhas. Exemplificando, imaginem uma transação comercial, onde o comprador de um produto ou serviço exige uma comissão do vendedor. O vendedor, ainda mais malandro do que o comprador, não só concorda em pagá-la, como paga a mais, solicitando que a diferença seja creditada numa conta secreta. Esta é a tal da retrocomissão.
Existem muitas variantes para receber a retrocomissão, envolvendo-se paraísos fiscais, ONGs, laranjas e, acredite se quiser, filhos e parentes próximos. (Ah, não diga!)
Esse velho novo escândalo de comissões e retrocomissões coloca em choque uma série de políticos da direita francesa (UMP), opondo, sobretudo, Sarkozy e os políticos que ele esmagou para galgar ao Eliseu. Nessa história, não tem santo, como sugere o meu post anterior. Em todo caso, o articulado e refinado Dominique de Villepin, outrora humilhado por Sarkô, terá sua pequena chance de vingança.
Foto: Os próximos posts são ilustrados com fotos recentes da parte norte da Borgonha. Acima, o teatro romano de Autun.
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