Na semana da greve geral, o Papa conseguiu apanhar mais que Sarkô. Como eu já escrevi, na França, há uma considerável aversão ao clero. Bento XVI fez o que nenhum líder jamais conseguiu, colocar a grande maioria da nação do mesmo lado de um debate.
Considerando a biografia de Joseph Ratzinger, não dá para acreditar que as sucessivas polêmicas provocadas por ele sejam erros de avaliação ou problemas de tradução. Eu acredito que elas sejam intencionais.
O alvo do Vaticano não é a nossa sociedade secular (uma causa perdida), mas aqueles pobres (principalmente de espírito) que estão no limiar da sedução pelas religiões concorrentes. Mostrar um cristianismo retrógrado é uma afronta para muitos e um alento para milhões. Afinal, na periferia das cidades da Europa, na África e na Ásia, cada vez mais se abraça a charia.
Uma outra explicação bem mais primária é a filosofia maquiavélico-malufista do "falem mal, mas falem de mim". O Papa tem se mantido nas capas dos jornais do mundo inteiro.
Foto: Château de Corcelles, em Beaujolais, no primeiro domingo da primavera. As uvas são da AOC Broully. Claro que aproveitei para comprar uma garrafa!
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