A questão síria prolonga-se acumulando dezenas de milhares
de vítimas e o mundo não consegue resolvê-la. É impressionante como não temos
mecanismos para sair desse tipo de impasse e reagimos muito lentamente diante
de tais tragédias anunciadas.
A Síria é um caso desafiador. É um dos palcos da disputa
sanguinária entre sunitas e xiitas. O Ocidente quer afastar Assad do poder, mas
sabe que o regime que o substituiria seria ainda menos simpático às suas causas.
De um lado temos Assad, Irã e Hezbollah. Do outro, Al-Qaeda.
Um estudioso americano propõe que os EUA perpetuem a guerra, ajudando ora um dos lados, ora outro. Quando mais durar o conflito, melhor. Bem,
se tudo fosse um jogo, estaria certo. Entretanto, falamos de vidas humanas!
Será que não aprendemos nada no século passado?
Felizmente, entre Estados Unidos e Europa, a maior parte luta
por uma intervenção no sentido de se deter Assad com urgência. Felizmente, eles
não veem xiitas ou sunitas, mas seres humanos.
A China e a Rússia apoiam abertamente o governo Assad,
impedindo qualquer intervenção da ONU. Já o governo brasileiro, numa atitude
vergonhosa, faz pouco caso das vítimas e espera por um “entendimento” entre as
partes.
Na prática, Brasil, Rússia e China, ajudam a prolongar essa
situação. Basta os EUA e a Europa alimentarem clandestinamente a oposição a
Assad, que o cenário descrito pelo estudioso americano está configurado.
Só nos resta cumprimentar a diplomacia do Brasil, da Rússia
e da China por esse trabalho tão respeitoso aos direitos humanos e tão
inteligente. E os sírios? Bem, enquanto eu escrevia esse post, morreram mais
alguns.
Foto: Mais uma cena de Bruges.
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