O TGV é um dos símbolos da França moderna. Nada mais justo. Nenhum país tem uma malha ferroviária de alta velocidade semelhante. Apesar dos problemas de 2008, notamente causados pelas sucessivas greves de maquinistas, o serviço ainda é um dos mais queridos da população. Uma recente pesquisa aponta os seus toilettes como maior razão de descontamento dos usuários.
Como usuário assíduo de TGV, posso confirmar. Com frequência, o cheiro dos sanitários está no limite do tolerável. E olha que as passagens são caras. A companhia que administra o TGV (SNCF) vai encobrir o cheiro de urina com perfumes. Limpar os banheiros, nem pensar.
Se a SNCF tem funcionários saindo pelo ladrão nas áreas administrativas, na hora de contratar gente para limpar os banheiros, a situação complica. A função e o seu salário não atraem nem patrões nem empregados. Vejam os meus posts “Lava roupa todo dia, que agonia”.
Em todo lugar é assim. Até num restaurante estrelado do Guia Michelin, podemos encontrar sanitários fedendo. Embora esta carência de mão de obra na base da pirâmide seja esperada nos países mais desenvolvidos, na França, a situação chega ao limite. Mas, se um dia o mundo tiver menos desigualdade, quem é mesmo que vai limpar os banheiros?
Foto: O famoso “Jet d’Eau” do Lago Léman (Genebra), que jorra a 140 metros.
1 comment:
Não está cheio de norte-africano desempregado na França? É só pagar direito, e deixar o preconceito de lado, que aparece alguém para fazer a faxina.
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