Sunday, March 27, 2011

Enquanto isso, na Gália 2

Parte da minha viagem de volta da França foi feita de trem, de Nîmes a Paris. Tive a oportunidade de rever Nîmes - a primeira vez foi em 2007 - e as suas fotos ilustrarão os próximos posts.

A primavera já mostra a sua cara nos campos cortados pelo TGV. Além da temperatura amena, dias ensolarados, muito verde e algumas flores. As videiras do Rhône e da Borgonha já não são apenas aqueles arbustos secos e retorcidos do inverno.

- A França discute profundamente a questão nuclear. Sarkô prometeu fechar todas as usinas que não passarem numa nova reavaliação de segurança. O assunto Fukushima é acompanhado com muito cuidado no país, dada a sua dependência da energia nuclear. Um artigo do Le Monde coloca o acidente japonês como marco da destruição da Terra pelo homem e anuncia o fim do período antropoceno. Exagero?

- Chegando ao Brasil, soube que Roger Agnelli, o presidente da Vale, vai dançar graças à pressão do governo. Depois de alguns anos na França, já me acostumei com o governo colocando o dedo em tudo, mesmo quando se diz de direita. O maior acionista privado da Vale, o Bradesco, não vai reclamar, por que a privatização foi ajudada pelo BNDES, pelos fundos de pensão e o setor bancário vai muito bem, obrigado.

- Na revista do cinema do primeiro semestre de 2010, comentei sobre "Cópia Fiel", filme estrelado por Juliette Binoche, em cartaz em São Paulo. A crítica brasileira parece bem mais favorável do que a francesa. Em 2010, eu disse: "Juliette Binoche dá um show de interpretação...mas o filme é sofrível". Já com "Cisne Negro", observo o fenômeno inverso. Apesar de ser americano, o filme é extremamente bem apreciado pela crítica francesa e nem tanto pela brasileira. Passando por Paris e Lyon, assisti "Les Femmes du 6ème étage" e "Ma part du gâteau". Acho que ambos são melhores que "Cópia Fiel".


Foto: A última foto da Abadia de Fontenay mostra a fonte que orna o jardim atrás da sua igreja.

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