Thursday, May 5, 2011

Enemy Killed in Action

A morte de Bin Laden foi merecidamente comemorada por quase todos nós. Ainda não pude ler tudo que gostaria sobre a caça ao Gerônimo, mas a operação me decepcionou pelos seguintes motivos:

1) Bin Laden foi claramente executado. Sem dúvidas, trata-se de um procedimento de exceção. A reação da comunidade não foi hostil ao assassinato, mas algumas vozes começam a se manifestar.

2) O Paquistão foi humilhado. Está certo que o jogo duplo daquele país é revoltante, mas esta ação colocou o seu povo contra os EUA e o Ocidente. Colocaram mais lenha na fogueira.

3) A operação foi tomada por muitos como golpe eleitoral. Outros, nem ainda acreditam na sua veracidade.

4) Meses e meses de espionagem antecederam a eliminação de Bin Laden. Quantas vezes o rei dos terroristas esteve na mira dos EUA e escapou? Foi tudo muito lento.


Enfim, vida de agência de inteligência é assim mesmo. A gente só sabe o que dá errado. Quero crer que a CIA tem feito muita coisa pela segurança dos EUA depois da queda da URSS. De lá para cá, o inimigo mudou, as regras do jogo mudaram.



Foto: Fim de tarde no canal de Nîmes, próximo ao Jardin de la Fontaine, onde tivemos um torneio de "pétanque", versão francesa do jogo de bochas. O mais difícil não foi acertar as bolinhas, mas aguentar o frio daquele fim de tarde.

2 comments:

Nivaldo Sanches said...

Pois é, Fernando, eu também tenho me sentido muitoestranho em relação à morte do Bin Laden.
De um lado, não há dúvida - o mundo fica melhor sem Bin Laden.
De outro lado ...
Bem, de outro lado, fica essa incômoda sensação : então os Estados Unidos são mesmo (ou se atribuem) o papel de xerife do mundo ? ELES decidem invadir um país soberano, invadir uma casa, matar o sujeito, jogr o corpo no mar - assim, não dando a menor pelota pra ONU, pros direitos humanos, pra justiça, pro resto do mundo ...
Amanhã, como em 64 no Brasil e em 73 no Chile e em tantos outros locais, eles decidem qu eo governante X não serve, invadem o país, derrubam o governante, botam outro em seu lugar e etamos conversados ...
Esse é o mundo em que queremos viver ?

fbirman said...

Acredito que os EUA já abriram mão do papel de xerife. As duras lições das guerras recentes somadas à crise não permitem mais este papel. Caso contrário, já teria atacado o Irã, que definitivamente merece uma punição mais rigorosa.

Concordamos que não foi o melhor meio de eliminar Gerônimo. Por outro lado, pensando com meus botões, não consegui imaginar uma forma que corrija todos os problemas mencionados no post, permitindo que Obama capitalize o feito.