Monday, January 23, 2012

A Separação

Finalmente, assisti “A Separação” (Asghar Farhadi, 2011), o filme iraniano que levou o Globo de Ouro e é sério candidato ao Oscar. Graças ao prêmio, ele voltou a um circuito considerável em São Paulo. Aproveitem logo, por que vem aí uma nova safra de Hollywood, bem mais digerível que este drama persa.


Sim, o filme não é nada divertido, mas é uma história incrivelmente bem contada. Tudo começa com um pedido de divórcio, cuja evolução surpreende, mantém o suspense até o final e nos ensina a compreender um pouco mais a cultura deste "inimigo do Ocidente". Cinema de primeira linha.


O autor do guia de cinema mais famoso do mundo, Leonard Maltin, ressalta que grande parte da trama poderia acontecer em qualquer lugar, tendo algumas particularidades exclusivas do Irã. Esta universalidade faz o filme ser notável. Pego o gancho do Maltin para minhas duas observações:


1) As particularidades do Irã são essenciais no filme. A cultura persa e o Islã estão presentes do começo ao fim. No clímax do filme, quase no final, o Corão faz toda a diferença no destino dos protagonistas.


2) Por outro lado, o filme mostra um outro Irã, não aquele conhecido pela estúpida teocracia e seu  capacho-mor, Mahmoud Ahmadinejad. “A Separação” mostra pessoas comuns como nós, empreendedores e empregados, funcionários públicos, muçulmanos praticantes e outros nem tanto, e assim por diante.


Não posso contar mais nada sobre o filme. Quem gosta de cinema e quer aproveitar a oportunidade para um mergulho na sociedade persa, não deve perdê-lo.


Foto: Em Chicago, bem no centro da cidade, os arranha-céus de ontem e de hoje mostram por que a cidade é um "museu da arquitetura". Voltaremos a alguns desses marcos nos próximos posts.

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