Wednesday, October 15, 2014

MOOC

Comecei o último post explicando os motivos de estar escrevendo menos. Aí vai mais um deles. Do começo de agosto até ontem, participei de um MOOC. MOOC???

Talvez você não conheça o acrônimo. Então, que tal “Massive Open Online Course”?  Há algum tempo, um colega mostrou-me as ofertas da plataforma Coursera. Fiquei impressionado. Universidades e professores de renome assinando inúmeros cursos interessantes. Deixei de lado pela habitual falta de tempo.

Nunca fui entusiasta desses programas educacionais.Acreditava que eles tinham um papel relevante. Principalmente para os outros. Mudei de opinião.

Quando cheguei  em Bruxelas, começou a sobrar aquele tempo que eu perdia no trânsito de Sâo Paulo. Poderia ter lido alguns livros a mais, no entanto, resolvi encarar um MOOC. Procurei por algo bem interessante, mesmo que fora do contexto profissional.

Num post futuro, voltarei para falar sobre o curso que escolhi (História da Civilização). Foi uma boa aposta, pois o livro texto do curso está ganhando grande repercussão.

A cada semana, recebia uma hora e meia de aulas em  vídeo. Em agosto funcionou bem. Já em setembro, em pleno ciclo orçamentário, foi difícil acompanhar. Nessas horas, fazer a coisa por prazer, sem obrigação, foi essencial para que chegasse até o fim.

Uma das principais deficiências desse tipo de formação é a impossibilidade de interação com o mestre. Para um MOOC de sucesso como este - 30.000 participantes! - é inviável. As discussões no fórum, quando não descambam como qualquer outra rede social, não substituem a experiência da sala de aula. Enfim, isso não invalida o mérito dos MOOC que merecem a nossa atenção como cidadãos ou profissionais.

Graças à tecnologia, pude assistir as aulas nas viagens de trem e avião. O melhor mesmo foram as aulas assistidas pela televisão (Chromecast) lá no sofá de casa. Enfim, um show de tecnologia. Já as minhas anotações consumiram um bom e velho Moleskine e algumas dezenas de post-its.


Foto: Vista dos rochedos diante das praias principais de Biarritz.

Sunday, October 5, 2014

Segundo turno

Como disse no último post, os compromissos por aqui impediram-me de ficar conectado com o Brasil. Acompanhei muito pouco o que aconteceu depois de julho, nem mesmo a campanha. 

O mais curioso é que as últimas pesquisas de intenção de voto da eleição presidencial dão mais ou menos o placar do começo de julho, quando a Dilma estava um pouco abaixo dos 40% e o Aécio, em segundo, um pouco acima dos 20%. Parece que não aconteceu nada nesse intervalo!

Porém, mesmo se quisesse, não daria para ignorar os fatos. A meteórica ascensão e queda da Marina Silva foi manchete no mundo inteiro. Nos países que visitei, Bélgica, França e Portugal, todos perguntavam: quem é essa Marina?

Talvez a minha dificuldade de explicar aos estrangeiros quem é a Marina seja uma das razões que vai tirá-la do segundo turno. Conhecia algumas passagens da sua biografia e nada mais. A um ou outro francês que torceu o nariz para a nossa Marina, respondi: cada país tem a Marina que merece (“chacun sa Marine”).  

O segundo turno será Aécio X Dilma. O mesmo duelo das cinco últimas eleições. Frustração para quem quer novidade. Preocupação para quem quer se livrar da Dilma. Não vou usar este blog para criticar a abominável presidente pelos motivos que expliquei num post anterior. Quase todos meus leitores não votam nela. 

Espero que a equipe do Aécio traga argumentos convincentes para abocanhar grande parte dos votos da Marina, manter os seus e ainda convencer muitos daqueles que votaram em branco ou nulo a mudarem de opinião. Alea jacta est!


Foto: Biarritz, verão de 2013. A “Plage de la Côte des Basques”, a escola do surfe.