Os
atentados e as manifestações ficaram para trás, mas o debate continua por aqui.
Não é para menos, a questão é muito complexa. Pouco fala-se da grande maioria fiel
às causas republicanas, o “x da questão”
é a minoria discordante.
Uma minoria
sem dúvidas. Porém, uma minoria de muitos milhares de jovens da periferia. São aqueles que não respeitaram o minuto de
silêncio em homenagem às vítimas, que aderiram às teorias conspiratórias ou que
apoiaram explicitamente os terroristas.
É desse
meio que saem inúmeros djihadistas. É desse meio que saem futuros terroristas.
As periferias das grandes cidades são incubadoras do radicalismo. A França
pergunta-se onde errou. Depois de gerações de imigrantes que lutaram pela
integração, deparam-se com um sério revés, confrontando-se com a afirmação
religiosa e a negação da democracia.
Como disse no primeiro post sobre o tema, misturam-se fatores econômicos, sociais,
culturais, entre outros. Os holofotes estão na Educação. Com certeza, há alguma
coisa errada nas escolas. Bem, eu não queria estar na pele dos professores, que
dão aulas em salas onde metade dos
alunos chama-se Mohamed.
Circulando
pelas ruas de Paris e Bruxelas, ainda
percebemos o estado de alerta. Soldados e policiais estão em todos os lugares,
sem contar o pessoal da inteligência. Para acompanhar um potencial terrorista,
a França mobiliza um overhead de 20 a 25 agentes. A ameaça terrorista em si é
capaz de sangrar ainda mais a já combalida economia.
Se existe
um lado menos triste nesta história, é a visibilidade que ganhou o quase falido
Charlie. Graças aos terroristas, suas caricaturas espalharam-se pelo mundo.
Nunca a blasfêmia fez tanto eco. Maomé tem mesmo que chorar.
Foto: Um
outro cantinho simpático de Bruxelas, perto de casa, o Egmont Park, que abriga
a "brasserie" mostrada na foto.
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