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Wednesday, May 7, 2025

O que há numa cor?



Quando vi a discussão em torno da cor da camisa da seleção brasileira, pensei comigo: o mundo desabando, e estão preocupados com isso?

Para mim, o futebol deveria ser tratado com o mesmo rigor que o governo aplica a qualquer empresa: como um mero contribuinte. Sem favores, sem regimes especiais, sem pejotização. E se um jogo danificar qualquer bem público, que mandem a conta aos respectivos clubes. Nesse sentido, podem usar o uniforme que quiserem. A gente até torce, mas faço questão que todo jogador, clube e empresário paguem seus impostos como qualquer outro cidadão.

A conotação política das cores pouco me interessa. Perdi qualquer preconceito quando fui a um jogo do time de rúgbi parisiense — que joga de cor-de-rosa. Pensando no futebol apresentado ultimamente pela seleção, sugeriria o marrom. Ou, mais diretamente: cor de merda — como sugere a imagem logo abaixo.

O ponto mais interessante dessa polêmica é o prisma da CBF e da Nike. Percebendo que o contexto político atrapalha (e muito) a venda da tradicional "amarelinha", decidiram lançar um produto que agradasse ao outro lado. Assim, o par de camisas — amarela e vermelha — poderia voltar a mirar um mercado mais compatível com o tamanho do Brasil.

Do ponto de vista mercadológico, faz sentido. Mas esse movimento tem um preço. Mais do que isso, colocar lenha nessa fogueira pode gerar desgaste para a marca. Se eu fosse a Nike, não criaria a vermelha — tiraria a amarela.


Link para artigo do Guardian sobre o tema


Imagens: Foto de cima — seguindo a sequência iniciada no último post — é do centro de Meissen (Alemanha), cidade célebre pela produção de porcelana. A imagem abaixo foi gerada por IA pelo Gemini.



Monday, June 21, 2010

Galudopédicas

Antes do início da Copa, alguns colegas franceses indagavam sobre a possibilidade da França chegar à final. Eu questionava abertamente se a França seria capaz de marcar um gol. Já foram dois jogos e nada de gols. Tal desempenho não seria inédito na história do futebol do país, apesar de ter alcançado as finais em 1998 e 2006.

O técnico Raymond Domenech é tão odiado como o Dunga. Tão teimoso quanto o Dunga. Só não é tão elegante quanto o Dunga. Mas, entre eles, existe uma diferença brutal, Raymond Domenech perdeu totalmente a sua autoridade perante o grupo. O desgaste vem desde a última Copa, quando fora submetido às vaidades de estrelas como Zidane e Henry. O anúncio da sua demissão após o final dessa Copa pareceu-me uma estupidez da Federação Francesa de Futebol. Deu no que deu.

A derrota humilhante para o México, as ofensas públicas, a greve de treino, o caríssimo hotel escolhido como base da França, o escândalo sexual que antecedeu a Copa e tudo o que ronda a seleção francesa virou assunto de Estado. A Ministra da Saúde e Esportes, despachando da África do Sul, acaba de anunciar uma grande auditoria no futebol francês.

A única boa nova é que o contrato com a Adidas termina este ano. A Nike assume o patrocínio dos Bleus por 42 milhões de euros por temporada até 2018. O mesmo fornecedor paga 13 milhões de euros para os canarinhos. Afinal, quem é mesmo que precisa de auditoria?


Foto: Riquewihr é cercada por vinhedos de todos os lados. E, por sinal, uma excelente AOC de Riesling, o Schœnenbourg. Na foto, uma vista da cidade a partir dos seus vinhedos.