Na semana do meu aniversário, o post não poderia ser sobre outro assunto. O efeito mecânico do envelhecimento populacional é muito relevante para se compreender o que acontece no mundo. A parte mais óbvia é a onda de ajustes fiscais na Europa e a consequente resistência popular.
Enquanto lá, o efeito é cada vez mais perverso, no Brasil, estamos na fase boa da curva. Ou seja, aqui, o processo de envelhecimento é recente. Com a população relativamente estável, a pressão para se proporcionar mais escolas, casas e empregos diminui. O próprio FHC reconheceu tal impacto positivo quando deixou o cargo.
Com a bomba populacional desativada, poderemos melhorar a educação e reduzir o alto grau de favelização do nosso país. Se não fizermos nas duas próximas décadas, nunca mais o faremos. Alguns economistas dizem que, em trinta anos, o Brasil terá uma estrutura populacional como a Europa, onde o fardo das aposentadorias e despesas médicas é uma grande ameaça.
Mudando de continente, a sociedade que mais se transforma é, sem dúvidas, a chinesa. Lá, o envelhecimento foi acelerado pelo controle rigoroso da natalidade. Com a política de filho único, cada chinês trabalha para sustentar seus pais e seus quatro avós. Por enquanto, os chineses não se arriscam a gritar. Em compensação, mudam de emprego por qualquer aumento de salário. Enfim, talvez não seja uma questão de falta de lealdade, como atribuem preconceituosamente os europeus, mas uma simples questão de sobrevivência.
Fotos: Ainda no castelo de Schönbrunn, em Viena. Uma das estruturas mais elegantes do castelo é a Gloriette, destruída na Segunda Guerra e restaurada logo depois, em 1947. Acima, uma tomada próxima. Abaixo, a visão a partir do castelo.
1 comment:
Na minha opinião, a fase boa da economia brasileira tem menos a ver com o que FHC e Lula fizeram ou deixaram de fazer, do que com a decisão das brasileiras de planejar as famílias.
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