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Tuesday, September 22, 2015

Volks

Os executivos da Volkswagen confessaram sua culpa num dos maiores escândalos de todos os tempos da indústria automobilística. São milhões de carros envolvidos, podendo acarretar numa multa bilionária à montadora alemã.

Imaginem vocês se a Volkswagen fosse gerida pelo PT. Claro, eles negariam tudo até o fim. Vejamos os depoimentos dos executivos da montadora:

Ludwig Ignatius, famoso ex-presidente da montadora declarou: “Isso não significa nada”. 

Joseph Genuine, executivo aposentado do grupo, disse que tudo isso é uma perseguição da mídia à montadora, afirmando que todas as outras montadoras também trapaceiam. 

Ruy Falke, chefe das comunicações da VW, foi mais direto, acusando o antigo presidente da casa, Ferdinand Heinrich Cardosen. Segundo Falke, o analista que desenvolveu o software para trapacear os testes de emissões foi contratado naquela gestão.

Outro executivo da montadora, Ludwig Merkadanten, responsável pela P&D, afirma com certeza absoluta: “Foi apenas um bug”.

Ciente de que o caso deve escalar até a Suprema Corte, Richard Lewandowski, jurista e presidente do Clube dos Amigos da VW, menospreza a ameaça à montadora. Argumenta: “A teoria do domínio do fato, criada pelos nobres conterrâneos Hans Welzel e Claus Roxin, não pode ser aplicada nesse caso”. Ainda segundo Lewandowski, o analista que desenvolveu o software é o único culpado.

Johann Vaccarius, ex-diretor financeiro do grupo, esnoba a provável multa de 18 bilhões dólares. Está pronto para convidar todos aqueles que possuam um automóvel da marca para pagar uma fração dessa quantia.


Foto: A vista do Museu da Confluência, em Lyon.

Saturday, August 10, 2013

Cartel

O caso dos trens paulistanos terá uma repercussão desproporcional. Se depender do PT, ele será explorado até as últimas consequências, com o intuito evidente de se abafar os escândalos dos governos petistas.

Ninguém duvida da existência de um cartel. Os grandes atores do mundo ferroviário já receberam punições exemplares fora do país. É assim em todo o mundo! Fica uma questão para os economistas, talvez seja ilusão querer uma real competição no setor.

A grande dúvida é o envolvimento do governo ou de funcionários públicos. Embora o valor das supostas propinas não pareça exorbitante, corrupção é corrupção e deve ser punida.

Se confirmado, o caso ilustrará como a corrupção está profundamente impregnada na máquina pública brasileira, independente de partido. Como neste caso, no Mensalão e em tantos outros, os grandes desvios são feitos em parceria com agentes privados, encobrindo-se mais facilmente os rastros da operação.

Muito provavelmente, essa história estava preparada para eclodir no momento certo. Era um coringa petista. Depois das manifestações e da queda brutal de popularidade da Dilma, o escândalo vem colocar a disputa PT X PSDB num empate técnico moral.

A essa altura do campeonato, não sei como  FHC poderá convencer o povo de que não é farinha do mesmo saco (nas suas próprias palavras). Precisaria de uma senhora retórica, recorrendo à Ética, Economia e Filosofia. Tudo que o povo não quer ouvir. Luta inglória.

Mesmo com algumas dúvidas sobre o caso, para mim, é mais uma evidência de que não mudaremos nada em 2014. Não é uma questão de nomes. O sistema está doente. Se as manifestações não servirem para reformar a política nacional, então não serviram para nada. O cartel dos atuais partidos brasileiros é infinitamente pior do que o cartel dos trens.


Foto: Outra tomada da Praça do Mercado, em Bruges.

Wednesday, October 27, 2010

Envelhecendo

Na semana do meu aniversário, o post não poderia ser sobre outro assunto. O efeito mecânico do envelhecimento populacional é muito relevante para se compreender o que acontece no mundo. A parte mais óbvia é a onda de ajustes fiscais na Europa e a consequente resistência popular.

Enquanto lá, o efeito é cada vez mais perverso, no Brasil, estamos na fase boa da curva. Ou seja, aqui, o processo de envelhecimento é recente. Com a população relativamente estável, a pressão para se proporcionar mais escolas, casas e empregos diminui. O próprio FHC reconheceu tal impacto positivo quando deixou o cargo.

Com a bomba populacional desativada, poderemos melhorar a educação e reduzir o alto grau de favelização do nosso país. Se não fizermos nas duas próximas décadas, nunca mais o faremos. Alguns economistas dizem que, em trinta anos, o Brasil terá uma estrutura populacional como a Europa, onde o fardo das aposentadorias e despesas médicas é uma grande ameaça.

Mudando de continente, a sociedade que mais se transforma é, sem dúvidas, a chinesa. Lá, o envelhecimento foi acelerado pelo controle rigoroso da natalidade. Com a política de filho único, cada chinês trabalha para sustentar seus pais e seus quatro avós. Por enquanto, os chineses não se arriscam a gritar. Em compensação, mudam de emprego por qualquer aumento de salário. Enfim, talvez não seja uma questão de falta de lealdade, como atribuem preconceituosamente os europeus, mas uma simples questão de sobrevivência.


Fotos: Ainda no castelo de Schönbrunn, em Viena. Uma das estruturas mais elegantes do castelo é a Gloriette, destruída na Segunda Guerra e restaurada logo depois, em 1947. Acima, uma tomada próxima. Abaixo, a visão a partir do castelo.