Na França, a discussão mais quente do momento é sobre a retirada da nacionalidade francesa dos indivíduos com dupla-nacionalidade envolvidos com o terrorismo. Parece bobagem, mas é algo que racha o Governo e, de certa forma, toda a nação.
Dividida mesmo está a Alemanha. Os eventos recentes de Colônia colocam lenha na fogueira da discussão sobre os refugiados e imigrantes. Apesar dos esforços da Angela Merkel para promover a nação acolhedora, o sentimento anti-islâmico só aumenta.
Nesse clima tenso, lembrou-se do primeiro aniversário do atentado à redação do Charlie Hebdo. O jornalzinho satírico estava quase falido ao final de 2014. Graças à visibilidade pós-atentado, as vendas em banca foram multiplicadas por 5 e as assinaturas, por 18. O jornal está com um dinheirão em caixa.
Tudo isso poderia ser uma justa compensação para a heroica equipe do Charlie. Infelizmente, as coisas são bem mais complexas. O humor do jornal é para poucos - humor negro e politicamente incorreto. Muitos milhares de novos leitores manisfestaram seu apoio à liberdade de expressão contribuindo com o tabloide, mesmo sem concordar com o seu conteúdo.
Nesta fábula pós-moderna, os jornalistas sob constante ameaça viram seus cofres encherem da mesma forma que os protestos, as críticas e as ações judiciais. A equipe está exausta e com saudades dos tempos de dureza.
Foto: Nas férias de verão, passei pelo Château du Champ de Bataille (Normandia).
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