Percebi que as eleições para o Parlamento Europeu não receberam muita atenção da imprensa brasileira. Nem dos europeus.
Com uma taxa de abstenção de 60%, quaisquer conclusões sobre o que pensa o eleitor de hoje são precipitadas. A direita venceu em quase todos os países. Na França, o partido de Sarkozy (UMP) ganhou de lavada. Alguns dos motivos já foram expostos neste blog: A divisão dos socialistas e o estrago provocado por François Bayrou.
A surpresa do final de semana foi a enorme ascensão dos Verdes (Europa Ecologia), chefiados pelo lendário líder do movimento estudantil de 1968: Daniel Cohn-Bendit. Surpresa maior são os seus colegas de chapa: José Bové (íntimo dos brasileiros) e Eva Joly (famosa juíza que luta contra corrupção).
O partido do Sarkô está definitivamente mais unido e, por isso, sai mais forte. Entretanto, se somarmos os votos do PS, do Modem (Bayrou) e dos Verdes, percebemos que ainda há uma boa chance de se derrotar Sarkô num possível segundo turno das próximas eleições presidenciais.
Enfim, a alta taxa de abstenção é um sinal da indiferença do povo face à crise e de uma certa descrença nos elaborados mecanismos de gestão da Europa. Torço para que seja um fenômeno temporário.
Foto: Dois estilos de arquitetura diferentes em Praga. Acima, o moderno Ginger & Fred (Dancing House) assinado por Frank Gehry, inaugurado em 96. Abaixo, o padrão do centro velho, a apenas 50m da Praça da Cidade Velha, excelente lugar para um "pit-stop".
1 comment:
O problema é que o Parlamento Europeu não manda nada. Quem manda na Europa é a Comissão Europeia, que não é eleita. Assim ninguém se interessa por eleição.
No Brasil o povo se interessa pelas eleições executivas, mas não pelas legislativas, que não valem nada porque o voto não é distrital e ninguém sabe em quem está votando. Na Europa é a mesma coisa. O políticos montam um circo sem graça e depois reclamam que ninguém se interessa.
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