Não consegui encaixar a visita ao Viaduto de Millau em nenhuma das minhas frequentes viagens pela França. Então, aproveitando um dos últimos finais de semana ensolarados e quentes de 2009, preparei este "bate e volta". De carro, jamais faria 900km num único dia. Suponho que tenha escolhido a melhor combinação de trem/carro, indo até Montpellier de TGV e dirigindo até Millau.
Depois de algumas simulações com GPS e consulta aos horários do trem, o roteiro estava pronto. Calculei até o tempo de "pit stop". O que parecia maluco foi suficiente para convencer pelo menos um colega a ir junto. Outros ficaram com vontade.
Cinco dias antes do passeio, eu confirmei a previsão do tempo. O anticiclone dos Açores garante tempo bom em toda França. Sabia que encontraria alguma nebulosidade. Só não queria encontrar o viaduto totalmente encoberto pelas nuvens.
Enfim, sábado. Depois de uma semana super cheia, entre Bruxelas, Paris e Lyon, lá vou eu para mais uma aventura. As 6:30, já estava caminhando pelas ruas de Lyon. Andando, pois o transporte público está em greve por prazo indeterminado (assunto para um post próximo). Felizmente, eu moro perto da estação de trem Part-Dieu.
Seguimos o roteiro planejado com perfeição. Bateu tudo em cima: Chegada em Montpellier, passagem pelo viaduto, parada para tirar fotos, visita a Millau, almoço, etc. A partir das 14:00, encontramos a única surpresa do passeio. Não sabíamos que era o dia da corrida dos 100km de Millau.
Quando deixei São Paulo, a cidade tinha quase 200 corridas de rua por ano. Precisa-se de um senhor esforço para bloquear as ruas e garantir a segurança dos corredores. A maior parte delas acontece nas manhãs de domingo, quando o impacto na circulação é menor. Já em Millau, no meio da França, as corridas são diferentes. A organização da prova não bloqueia o trajeto exclusivamente para os corredores. Ou seja, os poucos carros que passavam por Millau dividiam o espaço com os corredores.
Nossa programação tinha uma folga de meia hora. Tinha! Depois de alguns quilômetros correndo no ritmo dos ultramaratonistas, ela foi para o vinagre. Perder o trem da volta não seria uma tragédia, representaria apenas um pequeno prejuízo e duas horas de espera. De qualquer forma, por que desistir? Nessa viagem de volta, o mais difícil foi costurar entre os corredores em plena segurança.
Finalmente, consumimos 25 minutos da folga e chegamos à estação 5 minutos antes do trem. Chegando em casa, transferi as fotos para o computador e escrevi o post anterior.
Foto: O centro de Millau não é de se jogar fora! Foi uma grata surpresa. Daria para ficar algumas boas horas por lá. A comida é típica "do terroir": Foie gras, terrines e embutidos. O rio que cruza a cidade é o Dourbie (foto), afluente do Tarn, mencionado no post anterior.
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