A maior parte dos parentes e amigos que moram nos EUA votou
no Biden. Ainda assim, tenho uns poucos amigos fiéis ao Partido Republicano.
Neste post, selecionei extratos das conversas com eles, que tomaram conta do
meu Whatsapp nesta semana de suspense.
Felizmente, entre eles, nenhum fanático. Votam no Partido
Republicano, apesar do Trump. Um deles declarou: “também não gosto do homem
Donald”. Ao comentar sobre o festival de falsas denúncias e a possível
judicialização das eleições, foi mais longe: “Trump acabou.”
Comentei que a alternância de poder norte-americana é bastante
saudável. Respeito muito os dois séculos de tradição democrática do país. Nada
contra um programa conservador, que é tão legítimo como outro qualquer. O problema
maior é aquilo que veio junto, o Donald.
Um dos amigos ainda defende seu legado econômico: “as
políticas e o sucesso econômico desfrutado por tantos que não foram tão
abençoados antes.” Pena que a pandemia tenha levado boa parte deste
sucesso, sem contar o saldo de mortos.
Todos eles reconhecem o maior equilíbrio do futuro presidente.
Disse um deles: “pelo menos, com o Biden as coisas serão mais calmas.” Entretanto,
temem que os radicais venham junto: “Biden é a tromba do elefante sob a
tenda”.
Pensando com meus botões, quem são os tais radicais? A turma
do Bernie Sanders? Os comunistas dos Estados Unidos? Um outro amigo explicita: “o perigo é a Kamala!”
Kamala, com todo respeito, é uma competente mulher do
sistema, longe de parecer uma revolucionária incendiária, que queira destruir as
bases da América.
Daqui do Brasil, reconheço que é fácil dar palpites no país
dos outros. Não moro nos EUA e, obviamente, ignoro muito do que acontece por
lá. Os últimos presidentes republicanos dos EUA foram Bush pai, Bush filho e
Trump. Os últimos democratas, Clinton e Obama. Precisa dizer alguma coisa?
O mais próximo dos amigos compreende a situação e termina
com espírito republicano: “não importa o que aconteça, estaremos por aqui e
de olho no futuro.”
Não é necessário enumerar os infindáveis defeitos do Trump.
É impensável como alguém como ele tenha ido tão longe. Os Estados Unidos têm
problemas sérios para resolver e precisam de um líder com mais empatia e vontade
política de servir a todos. Chega de dividir a nação.
70 milhões de americanos votaram no Partido Republicano, apesar do Donald. Não são todos loucos, fascistas ou ultraconservadores. São dezenas de milhões de trabalhadores que, de alguma forma, tiveram importantes perdas nas últimas décadas. Biden não pode ignorá-los. É um senhor desafio.
Boa sorte
Joe Biden!
Foto: Final da tarde em Oia, Santorini, Grécia. Uma multidão
vai para o extremo da ilha para assistir ao por do sol (maio, 2016).
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