Há alguns meses, em Lyon, estava voltando de tramway do trabalho para casa. A distância não é grande, mas nos dias muito frios ou muito quentes, a climatização é sempre um conforto. Encontrei um outro executivo da empresa no mesmo vagão, um francês que já havia vivido no Brasil. Em menos de dez minutos de viagem, falamos sobre nossas missões e, também, sobre o Brasil e a França.
A nossa conversa privativa - em voz baixa - estava sendo discretamente observada. Na metade da curta viagem, um gaulês anônimo nos abordou. Se apresentou como francês desempregado e do "métier" (informática). Disse que compreendeu que eu era um expatriado brasileiro. Também percebeu que o meu colega tinha uma elevada posição hierárquica no grupo. Com a rudeza peculiar da Gália, ele nos questionou sobre o porquê da França "importar" um profissional como eu.
Sou do tipo que já fica incomodado com alguém prestando atenção na minha conversa. Porém, esta situação foi ímpar. O cara nos observou, entrou na conversa e ainda nos desafiou. Após uns instantes de choque, meu colega resolveu responder. Os franceses adoram um debate. A conversa parecia promissora, mas era o meu ponto. Desejei "bonne soirée" a ambos e fui. Um pouco surpreso com as circunstâncias, mas certo de que quem perdeu o bonde da história não foi eu.
Fotos: Fechando as fotos do magnífico castelo de Schönbrunn. Acima, a fonte. Abaixo, a vista a partir da Gloriette.
1 comment:
O bonde tinha motorneiro? Ontem no twitcam o Serra ficou explicando aos jovens o que era um motorneiro.
Da próxima vez, diga que tem muito emprego no Brasil que pode ser preenchido por chômeur francês. Há falta de gente qualificada.
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