Já mandou a sua ajuda ao Haiti? Não tenho um sistema de rastreamento para tal, mas é fácil dizer que, provavelmente, ela não chegará ao seu destino e, talvez, nem chegue ao Haiti.
O nó logístico é difícil de desatar, pois não há como receber, separar, armazenar e distribuir a ajuda vinda do mundo inteiro. Com o aeroporto improvisado, as ruas destruídas e o caos reinante, muitas coisas serão pilhadas ainda no aeroporto; quando não forem desviadas pelos próprios servidores do Haiti.
Enviaram toneladas e toneladas de arroz e massas. Para que? Não há água, eletricidade nem gás. Vão comer isso cru?
O Haiti já era uma tragédia antes do terremoto. A mega mobilização do Ocidente para ajudar o país é outra tragédia. Pode sensibilizar meia dúzia de pessoas, porém é ineficaz. Um descaso. Como se tivéssemos encontrado alguém quase morto após uma semana no deserto e o atirássemos na piscina para salvá-lo.
Mandar mantimentos e medicamentos é fácil. Se quisermos salvar o Haiti, precisamos mandar gente. E muitos cassetetes.
Foto: Em Isère, na região da Chartreuse, onde há um importante monastério do mesmo nome. A casa mostrada na foto integra o complexo do monastério, embora ele esteja isolado num vale não muito distante. A região também conta com um belo parque natural. Mais informações:
1 comment:
Muita gente nessas horas quer mostrar solidariedade, mas é mesmo um problema achar que mantimentos e medicamentos podem consertar a situação.
A ajuda preventiva, como reforma das estruturas existentes para torná-las mais resistentes a terremotos, sempre tem menos "atrativo" do que doar dinheiro e alimentos depois do desastre. Uma pena.
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