Friday, December 24, 2010

Cons & schmucks

E por falar em humor, volto à melhor comédia do cinema francês dos últimos anos, "Le dîner de cons", tema de um post de julho de 2009. À época, eu antecipava que Sasha Baron Cohen estava no time que adaptava o filme para Hollywood. De fato, Sasha produziu "Dinner for schmucks" e a estrela do filme é Steve Carell, no papel de idiota. O filme já estreou em quase todo mundo, menos no Brasil. Talvez, estejam dando mais tempo para o pessoal fazer download ilegal do mesmo.

Daquele post em diante, revi diversas vezes algumas das cenas mais hilárias do filme francês. Felizmente, também tive a oportunidade de assistir a peça original de Francis Veber no teatro da Bourse du Travail em Lyon. Esta sala é tão perto de onde morava que, no intervalo da peça, voltei para casa a fim de usar o meu próprio toilette.

A peça e o filme francês são muito próximos. O impagável Jacques Villeret protagonizou ambos e ficou eternizado como o melhor imbecil de todos os tempos. Coitado, morreu de desgosto. A comédia francesa prima pelos diálogos, pelo jogo de palavras e pela exploração da idiotice alheia com uma certa elegância.

Já a recente versão americana é tudo menos elegante. Algumas cenas de Steve Carell são realmente engraçadas, mas o filme é uma palhaçada com tipos muito exagerados. Na versão original, o famoso jantar dos idiotas é mencionado, mas fica na imaginação do espectador. A versão americana o coloca no clímax do filme, conforme mostra o clipe. A cena é grotesca.

Recomendo assistir ao DVD brasileiro "Jantar dos malas" (versão francesa legendada) e dispensar a adaptação americana, a ser lançada como "Um jantar para idiotas". Se estiver em Portugal, o encontrará como "Jantar de palermas". A única grosseria no filme francês é o título. Segundo os filólogos mais conceituados, "con" é muito mais ofensivo que "schmuck", palavra que ilustra uma contribuição do iídiche para a cultura norte-americana.


Foto: As fotos dos próximos posts, ainda são da Borgonha, um pouco mais ao norte, perto de Dijon. Começamos pelo belíssimo Château de Bussy-Rabutin.

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