Thursday, July 28, 2011

Campeão imoral

Na última terça-feira, César Cielo levou a medalha de ouro na prova dos 50m borboleta do mundial da China. A premiação foi marcada por copiosas vaias da plateia e pelo protesto velado dos seus oponentes. Hoje, a sua derrota nos 100m gerou tanto solidariedade como desprezo dos próprios brasileiros. Afinal, César ganhou ou perdeu? O Brasil ganhou ou perdeu?

A aplicação de uma punição muito branda para um atleta envolvido com doping é uma opção pelo curto prazo. Punir uma das nossas maiores chances de medalhas às vésperas das Olimpíadas 2012, e no espírito de preparação de 2016, seria um golpe duro. O jeitinho brasileiro funcionou para se encontrar uma solução conciliadora, com o aval das autoridades mundiais da natação. Todos erraram.

Cielo já está na história esportiva do Brasil pelas suas respeitáveis conquistas. Para brilhar nas próximas competições, o Brasil precisa formar muitos novos atletas, que respeitem a ética esportiva. Uma punição mais rigorosa ao nadador seria um excelente exemplo para as futuras gerações, mostrando que a vitória é fruto da dedicação e da técnica. Jamais, dos truques baratos e da malandragem.

Cielo poderá ser hostilizado por muito tempo. E nós perdemos uma ótima oportunidade de dar exemplo. Perpetuamos a Lei de Gérson.

Evidentemente, este post não é apenas sobre natação, um dos menores problemas do Brasil. Estou torcendo para que a fúria moralizadora de Dilma no Ministério dos Transportes amplie-se para toda Esplanada. E que não seja só contra os "aliados", mas com os seus correligionários também.


Foto: O centro velho de Arbois, cortado pelo rio La Cuisance. Como nas pequenas cidades francesas, entenda-se por velho construções de 200 a 500 anos.

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