Wednesday, August 17, 2011

iPocalypse

O termo IPocalypse retrata um cenário de pane geral da Internet pela falta de endereços IP. Esteve muito em voga, pois o sistema de endereçamento atual aproxima-se do seu limite e a transição para o novo faz-se necessária. Na esteira do IPocalypse, veio o iPocalypse, referindo-se a panes diversas no mundo Apple, que poderiam ocasionar perda de dados, perda de músicas, desconexão, etc.

Mais recentemente, o termo iPocalypse tem sido usado para retratar a nossa ligação com os smartphones, tablets e outros equipamentos móveis que carregamos para todos os lados. Pesquisas diversas - sérias ou não - convergem: As pessoas abririam mão de muitas coisas para ter ou manter seu iPhone, por exemplo.

O excesso de apego a tais gadgets, ícones do nosso mundo materialista, retrataria a decadência da nossa sociedade?

Discordo. Exageros à parte, é verdade que desenvolvemos uma certa dependência de tais gadgets, mas jamais por desvalorizar o contato humano ou menosprezar valores espirituais. Nós queremos simplesmente ser mais produtivos, mais rápidos e mais bem informados. É uma resposta a uma sociedade mais exigente e competitiva.

As pessoas não querem abrir mão dos seus smartphones, pois reconhecem a sua utilidade. Além de tudo - e está mais do que provado - se esses aparelhos nos ajudam um pouco, eles fornecem a milhões de pessoas do mundo inteiro algo ainda mais básico: A cidadania.

Talvez a sociedade decadente esteja na crise econômica, no aquecimento global ou na corrupção generalizada. Já os smartphones têm ajudado a derrubar ditaduras, mobilizar povos na defesa dos seus direitos e democratizar o acesso à informação. Considerando-se que apocalipse significa revelação, quem cunhou o termo talvez tenha acertado por linhas tortas.



Fotos: Ainda no feriado prolongado de junho deste ano, passei por Dijon (Borgonha). O motivo da visita será relatado mais para frente. Por enquanto, fiquem com algumas fotos das suas atrações principais. Acima, o coração da cidade, a Place de la Libération, diante do Palácio dos Duques de Borgonha.

2 comments:

Felipe Pait said...

As pessoas de uma certa idade para cima - ham, ham, com certeza nós não - têm um grande receio das tecnologias com as quais os jovens ficam confortáveis. Políticos, jornalistas e pais inseguros teme ser deixados para trás.

Nivaldo Sanches said...

Ótimo post, Fernando ! Também discordo dessa visão apocalíptica que acha que "estamos sendo dominados pelos gadgets" ...
É claro que há exageros, e que esses exageros são apenas fruto da novidade - já, já a coisa entra nos eixos como absoluta normalidade do dia-a-dia - e aí virá a próxima onda "revolucionária" dos novos gadgets (da Apple ? Google ? ou de desconhecidos garagistas americanos?) que irá "acabar com as relações pessoais" ...

Abraços !