Thursday, August 9, 2012

Notas Olímpicas 1


A organização dos Jogos Olímpicos londrinos é notável. Assistí-los pela TV tem sido muito bom. Em tempos de HD e vários canais simultâneos, a experiência de acompanhá-los melhorou muito: Um festival de tomadas diferentes, câmera lenta e muitos outros recursos técnicos. Imperdível!

Pensando nos Jogos em si e considerando o esporte como um eixo de confraternização universal, acho que poderíamos melhorar as próximas edições. Pela paz e pela sustentabilidade.

Aí vão minhas reflexões:

1)  Sustentabilidade: É uma exigência básica para os dias de hoje. Significa deixar de fazer elefantes brancos que ganhem prêmios de arquitetura, mas construções que propiciem economia de energia, maximizando a iluminação e a ventilação natural. Dar preferência às cidades médias e não às megalópoles, permitindo uma melhor integração das sedes dos Jogos com os núcleos urbanos, sem o risco de colapso do transporte público. Zerar as emissões de carbono, considerando-se o deslocamento de todo público (não vale plantar árvores na Guatemala para compensar). Ideias não faltam.

2) Artes Marciais: Sei que o tema é polêmico. Meu saudoso "sensei" sempre enalteceu os valores espirituais do judô e eu acreditava piamente. Porém, confesso que não vejo nenhuma graça nesse jogo de agarra-e-solta-quimono que é o judô olímpico. Ainda assim, é melhor do que o chuta-chuta do taekwondo. Eu suprimiria todas as lutas das Olimpíadas: Judô, taekwondo, boxe, luta livre e greco-romana. Eu sei que são tradicionais, que têm toda uma tecnicidade, que são voltadas à defesa pessoal, que envolvem valores espirituais, etc, etc. Mas, em nome da era de Aquário, que caiam fora.

3) Quadro de Medalhas: A ênfase dada no quadro de medalhas não é muito compatível com o espírito olímpico. Devemos celebrar os melhores atletas, mas não fazer uma competição entre nações. Montar fábricas de medalhas não é difícil, basta desviar dinheiro da saúde e educação para o esporte. É só percorrer o quadro de medalhas, que vemos alguns países de terceira categoria fazendo "mais bonito" do que o Brasil. Uma nação deve permitir que seus cidadãos tenham pleno acesso ao esporte, como meio de saúde, recreação e educação. Medalhas não são nem meio nem fim.

4) Fair play: Os Jogos de 2012 estão chegando ao fim e o doping não roubou a cena. O COI certamente vai comemorar, mas fica uma leve desconfiança de que há novas técnicas por aí. O mais importante é manter a determinação de se combater o doping bem como todas as manipulações anti-esportivas. Em nome do fair play, deve-se aplicar penas cada vez mais rigorosas aos atletas e às delegações. A desclassificação sumária de oito jogadoras de badmington da China, Coreia e Indonésia foi excelente.


Foto: O templo mais importante de Bangkok é o "Templo do Buda de Esmeralda" (Wat Phra Si Rattana Satsadaram), um conjunto de prédios magníficos que ilustram este e os próximos posts.

1 comment:

Felipe Pait said...

Sobre a relação entre os pontos 3 e 4: algumas ditaduras se importam muito com o total de medalhas que o país ganha. Lembra como até a queda do muro de Berlin os países comunistas ganhavam todas as medalhas? Assim que o povo ganhou a liberdade de dizer não para as drogas, as medalhas sumiram. Ou melhor, foram para a China. Duvido que seja coincidência.