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Sunday, May 28, 2017

Lavagem


Em maior ou menor grau, a corrupção existe em todos os lugares. A luta contra este mal, assim como todos os demais crimes comuns, é um desafio dos tempos modernos. Na impossibilidade de erradicá-los, deveríamos tornar a vida da bandidagem mais difícil.

O principal ponto comum entre o mafioso e o político desonesto é a necessidade da lavagem do dinheiro ganho ilegalmente. Como já não se pode confiar na Suíça ou no Panamá, o jeito é mesmo apelar para o acúmulo das boas e velhas notas de papel moeda.

Não é difícil imaginar que inúmeros bandidos possuam grandes estoques de dinheiro em papel. Roubá-los é muitas vezes mais fácil do que desová-los. Bastariam algumas regras a mais para transformar essa dinheirama num verdadeiro mico. Ninguém deveria fazer negócios vultosos com papel moeda!

Comprar um imóvel com cédulas de 100 dólares? Nem pensar. Comprar uma Ferrari com notas de 100 euros? Também não. Pagar a conta do jantar com dinheiro num restaurante caríssimo? Não. Depositar ou sacar muito dinheiro?  Cada vez menos, pois os bancos deveriam apertar o controle.

Com a adesão maciça da sociedade aos meios eletrônicos, o fim do papel moeda é um debate real no primeiro mundo. Aqueles que guardam dinheiro embaixo do colchão que nos desculpem, mas a causa é nobre.

A Europa quer eliminar a nota de 500 euros. Por enquanto, a sua circulação é restrita e monitorada.  Os Estados Unidos já extinguiram todas as notas superiores a 100 dólares há algum tempo. O motivo é justamente o exposto acima, só serve para bandidos!

Se algo serve de lição para nós brasileiros, é o exemplo da Índia, país supostamente tão corrupto como o nosso. Em 2016, seu governo removeu de circulação as duas notas mais elevadas (500 e 1000 rúpias). Os cidadãos comuns, como eu e você, puderam simplesmente depositar as poucas notas que possuíam nas suas contas bancárias. Já os bandidos, sonegadores e políticos corruptos tiveram que fazer uma ginástica monumental para fugir dos limites e controles instalados. Não resolve, mas atrapalha.

Mexer com o papel moeda é apenas uma das técnicas para atrapalhar a vida dos fora da lei. Antes de pensarmos nos meios para se combater a corrupção e a criminalidade, reconheço que é preciso encontrar alguém disposto a fazê-lo. Ninguém à vista na Terra Brasilis.


Foto: Continuando a série sobre a Bretanha, chegando ao porto de Belle-Île-en-Mer.

Monday, August 15, 2016

Olímpicas

Mais uma vez, aproveitei o verão europeu para tirar umas férias. Pela Europa Central, cruzei várias vezes com grupos da juventude católica, que foram ao encontro do Papa em Cracóvia. Ainda mais frequentes foram os encontros com os grupos de turistas asiáticos. Tudo indica que um pouco do fluxo dedicado à Europa Ocidental foi desviado para lá, por conta do risco de atentados.

No meu celular tem um aplicativo de SOS com números de emergência e alertas específicos para cada país. O aplicativo usa a geolocalização para saber quando estou num novo país. Cada vez que entro na Bélgica, Brasil ou França, recebo inúmeras advertências. Na Croácia, Eslovênia e Hungria, nenhum alerta. Portos seguros para as férias.

Nesses três países, entre um passeio e outro, pude acompanhar os Jogos Olímpicos pela TV e jornais locais. Entendia tudo! ;-)

Esses canais locais concentram-se nos seus representantes e equipes, com algum espaço para as estrelas olímpicas (Biles, Bolt, Phelps, etc) e pouco espaço para fofocas. Enfim, muitos dos incidentes esmiuçados pela imprensa brasileira pouco repercutiram no exterior.

A câmera que cai, a piscina verde e os assaltos aos atletas ficarão no folclore olímpico. Se houve algum evento relevante, não tem nada a ver com o Brasil. Falo da posição do COI com relação à Rússia. Isso sim é um desastre. A gente já sabe como funciona o COI, faltam culhões e sobram milhões.

Passada metade da competição, o desempenho esportivo do Brasil é patético. Não que as medalhas sejam importantes, mas o dinheiro alocado para obtê-las faz disso um escândalo. Apenas mais um.

Espero mesmo que não haja nenhum incidente importante e que os próximos dias sejam de encantamento esportivo e organizacional. Assim como vocês, estarei torcendo pelo Brasil. E que consigamos resultados mais expressivos, muito provavelmente nos esportes coletivos.


Foto: Belle-Île-en-Mer, como o próprio nome diz, um belo refúgio na costa da Bretanha.