Wednesday, January 25, 2012

Foursquare

No dia 24/01/12, completei dois anos de uso do Foursquare, aquela rede social baseada em geolocalização. Comecei em Lyon. Eram tão poucos usuários, que cadastrei inúmeros locais da cidade, especialmente restaurantes.

Rede social precisa de massa crítica de usuários para funcionar, senão não é rede, nem social. O legado desta fase francesa foi pegar o hábito de fazer o “check-in” nos lugares que visito.

O Foursquare é muito mais interessante nos EUA. Com milhões de usuários, quase todos estabelecimentos já estão cadastrados. Há muitas promoções baseadas no Foursquare. O melhor de tudo é pesquisar lugares para ir. Você descobre o que existe ao seu redor, lê os comentários sobre eles e ainda pode saber quais deles estão “bombando” naquele momento.

São Paulo ainda está aquém das grandes cidades americanas. Porém, já começa ser bem interessante. Nesses dois anos, gostei mais de:

- Utilizar o serviço para descobrir endereços interessantes.
- Organizar uma lista de lugares a conhecer.
- Ser avisado quando algum conhecido estiver no mesmo local.

O Foursquare premia seus usuários com pontos, "badges" e "mayorships". Acumular pontos não tem muito sentido para mim. "Badges" até que são legais. "Mayorships" costumam dar privilégios, como por exemplo, uma sobremesa de cortesia num restaurante.

Enfim, tenho gostado do serviço. Meu conselho é não conectá-lo automaticamente ao Facebook e ao Twitter para não poluir a "timeline" dos seus amigos. O mapa com as minhas estatísticas de uso do Foursquare é bem interessante.


Foto: Em destaque, a Trump Tower de Chicago. Projeto do escritório Skidmore, Owings & Merrill, um dos mais destacados da atualidade. O projeto original previa um edifício ainda maior, mas o atentado de 11/9 levou a objetivos mais modestos.

Monday, January 23, 2012

A Separação

Finalmente, assisti “A Separação” (Asghar Farhadi, 2011), o filme iraniano que levou o Globo de Ouro e é sério candidato ao Oscar. Graças ao prêmio, ele voltou a um circuito considerável em São Paulo. Aproveitem logo, por que vem aí uma nova safra de Hollywood, bem mais digerível que este drama persa.


Sim, o filme não é nada divertido, mas é uma história incrivelmente bem contada. Tudo começa com um pedido de divórcio, cuja evolução surpreende, mantém o suspense até o final e nos ensina a compreender um pouco mais a cultura deste "inimigo do Ocidente". Cinema de primeira linha.


O autor do guia de cinema mais famoso do mundo, Leonard Maltin, ressalta que grande parte da trama poderia acontecer em qualquer lugar, tendo algumas particularidades exclusivas do Irã. Esta universalidade faz o filme ser notável. Pego o gancho do Maltin para minhas duas observações:


1) As particularidades do Irã são essenciais no filme. A cultura persa e o Islã estão presentes do começo ao fim. No clímax do filme, quase no final, o Corão faz toda a diferença no destino dos protagonistas.


2) Por outro lado, o filme mostra um outro Irã, não aquele conhecido pela estúpida teocracia e seu  capacho-mor, Mahmoud Ahmadinejad. “A Separação” mostra pessoas comuns como nós, empreendedores e empregados, funcionários públicos, muçulmanos praticantes e outros nem tanto, e assim por diante.


Não posso contar mais nada sobre o filme. Quem gosta de cinema e quer aproveitar a oportunidade para um mergulho na sociedade persa, não deve perdê-lo.


Foto: Em Chicago, bem no centro da cidade, os arranha-céus de ontem e de hoje mostram por que a cidade é um "museu da arquitetura". Voltaremos a alguns desses marcos nos próximos posts.

Saturday, January 14, 2012

Chicago

Em 2011, estive duas vezes em Chicago, entre a primavera e o verão do hemisfério norte. A primeira viagem foi a trabalho. Gostei tanto que voltei de férias. As fotos de ambas as viagens ilustrarão os próximos posts. Pude tirar algumas centenas, o difícil foi escolher umas poucas.

A maior parte das fotos são do núcleo central da cidade, repleto de cartões postais. São edifícios que marcaram a história arquitetura, parques, a costa do Lago Michigan, o Rio Chicago e tantos outros. Nos arredores da cidade, também fiz o circuito Frank Lloyd Wright e conheci muitos projetos do renomado arquiteto.

Na foto de abertura, o rio Chicago que corta o centro da cidade.

Wednesday, January 11, 2012

A volta do Cavaleiro Negro


Setembro de 2009. Apresentei Xavier Niel aos leitores deste blog pelo post "Cavaleiro Negro". Recomendo a sua leitura. O empreendedor francês não tem amigos no governo nem no empresariado e, através da Free Telecom, revolucionou os serviços de telecom na França, impondo o valor de 30 euros mensais como referência de assinatura de Internet/Telefone/TV, o que é muito competitivo em qualquer lugar do mundo.

Quando escrevi o post, a Free brigava por uma concessão de telefonia celular. Apesar das pressões para que as portas se fechassem ao ousado Niel, ele venceu. Posteriormente, ainda conseguiu comprar uma fatia do Le Monde, mais uma vez, contra a vontade de Sarkô e seus amigos.

Janeiro de 2012. A Free Mobile é lançada para abocanhar um naco do mercado dominado pela Orange, SFR e Bouygues. Para se ter uma ideia dos preços propostos pela Free:

- Assinatura 3G (Internet, DDI e SMS ilimitados) para assinantes da Free: 15 euros
- Idem para não assinantes: 20 euros
- Assinatura social (60 minutos e 60 torpedos): 2 euros

Recomendo a leitura do artigo seguinte sobre a revolução da Free: "How France’s Free will reinvent mobile".

Xavier Niel é o inovador-empreendedor por excelência. Uma pessoa que corre riscos, que explora os mercados de alto potencial sem medo de enfrentar os carteis. Especialmente no Brasil, conhecemos muitos que parecem pensar da mesma maneira, mas não são capazes de fazer qualquer coisa sem uma mãozinha do BNDES.

Sunday, January 1, 2012

São Silvestre

Fiz questão de marcar minha volta a São Paulo com mais uma São Silvestre. Havia participado de uma prova antes da minha ida para Lyon. Além do percurso diferente, senti outra grande mudança: Os quase dez mil participantes a mais! O que mais impressionou não foi a quantidade, mas a qualidade. Muita gente correndo de ponta a ponta. Você sente aquela massa de pessoas o tempo todo. Como eu não estava muito preparado e não tinha qualquer ambição esportiva, não me incomodou. Valeu pela festa.

Em 2006, escrevi o seguinte texto sobre a Corrida da São Silvestre para os "Loucorredores". Fiz algumas mudanças no texto original.

Muitas corridas passam pelas ruas de São Paulo. Muitas corridas têm subidas e descidas. Muitas corridas têm público. Entretanto, nenhuma tem as avenidas da São Silvestre, as subidas e descidas da São Silvestre, o fiel e caloroso público da São Silvestre. Nenhuma corrida tem a magia da São Silvestre!

A São Silvestre é mágica por que tem uma mistura única. Espremem-se entre os milhares de herois do último dia do ano, profissionais e amadores, caipiras e cosmopolitas, pés descalços e outros muito bem calçados. Uma diversidade que só a nossa querida metrópole poderia proporcionar.

A São Silvestre é mágica por que é abençoada pela água. É a chuva bem-vinda que nos refresca, é o suor que encharca as nossas roupas, são os copos d´água que permitem que continuemos na luta. E, simbolicamente, não nos esqueçamos da épica travessia do rio de urina que se forma na Paulista, logo na largada.

A São Silvestre é mágica por que ela é cercada de tentações. Em pleno verão, passar diante de tantos bares é uma provação. São muitos os companheiros que pensam em abandonar a prova ao passar tão próximo de suas residências. Tem até a travessia da zona do baixo meretrício.

A São Silvestre é mágica por que é assediada pelo povo. A torcida prestigia a corrida de ponta a ponta, debaixo de sol e da chuva. E mesmo numa corrida difícil, atletas e torcedores interagem saudando seus clubes preferidos. Corintianos, palmeirenses, santistas e sãopaulinos, em harmonia pelo esporte.

A São Silvestre é mágica por que ela é cheia de fantasias. Dos garçons aos super herois, das noivas aos cangaceiros, dos soldados aos monstros. Todos antecipam o Carnaval que se aproxima. É um momento de alegria e confraternização.

Alguma coisa acontece quando cruzamos a Ipiranga, a São João, a Pacaembu, a Rudge, a Rio Branco, a Brigadeiro e a Paulista. O calendário de corridas cresce a cada ano, mas sempre haverá um espaço para a mais querida das provas: No último dia do ano e no nosso coração.