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Sunday, January 24, 2016

Ladeira abaixo

O telejornal francês anunciava a queda nas bolsas e a crise nos países dependentes da produção de petróleo como consequência da recente baixa dos preços do mesmo. O mais estranho foi a cara de velório do apresentador. Não gostei nada daquilo!

De fato, a queda do preço do petróleo tem impacto direto nas bolsas. Como as ações das petroleiras têm um peso importante nos índices, suas quedas são amplificadas.

De fato, países como Rússia e Venezuela, entre outros, vão sofrer por algum tempo. Bem, as commodities brasileiras também despencaram e ninguém de fora do Brasil parece estar preocupado.

A lei da oferta e da procura rege os preços de qualquer mercadoria, mas nem sempre tudo é visível nos mercados internacionais. Num momento como o atual, há grande convergência de fatores empurrando o preço do petróleo ladeira abaixo. Em outras situações, analistas tiveram que esboçar complexas teorias para explicar as altas e baixas do ouro negro.

E se já não é fácil explicar totalmente as oscilações do petróleo, o que dizer do seu impacto na economia? Cada um diz o que quer. A maioria dos artigos tem ressaltado os impactos negativos, assim como o telejornal francês.

Tudo que eu li de ruim sobre a queda da cotação do petróleo parece fazer parte do jogo da economia - um perde, outro ganha. Risco para mim é um possível desencorajamento na busca de energias limpas, caso o petróleo fique barato por muito tempo.

Com o petróleo barato, centenas de bilhões de dólares estão trocando os bolsos de príncipes árabes e ditadores pelos consumidores comuns espalhados pelo mundo. Os prejudicados são mais visíveis do que os milhões de beneficiários.

Entendo que toda essa dinheirama espalhada por um número maior de cidadãos e empresas seja melhor do que nas mãos de poucos. Se eu estiver errado, precisamos rever o conceito de concentração de riqueza como algo negativo.


Foto: Outra tomada do castelo Champ de Bataille 

Sunday, February 16, 2014

Alçapão

Fico perplexo com algumas bobagens que circulam pela Internet. Artigos falsos ou imagens manipuladas passam por milhões e muitos desses são bem intencionados. Ainda pior, são meus amigos no Facebook!

Poucas dicas são suficientes para poupar qualquer um do constrangimento de espalhar notícias falsas. Por exemplo, se encontrar uma matéria dizendo que a Dilma quer revogar a Lei da Gravidade, não repasse de imediato. Desconfie! Se a matéria for atribuída ao Globo, vá ao site do mesmo e confira. Senão, use o Google e busque “Dilma Revogação Lei da Gravidade”.

Redistribuir informações diretamente das páginas de fontes consagradas oferece menos riscos. Evite aqueles blogs quase desconhecidos ou textos copiados e colados no Facebook. Mesmo com todos os cuidados, o risco de retransmissão de algo ruim sempre existe.

Recentemente, também fui vítima de um golpe jornalístico. Nos primeiros dias de Sochi, a NBC publicou um “scoop”. Sua matéria alertava que, chegando-se à sede dos Jogos, todo celular era instantaneamente "hackeado”. Retransmiti a matéria pelo Twitter. Eu e milhares de pessoas.

Achei a notícia interessante, pois serve de alerta para o potencial de bisbilhotagem possibilitado pela tecnologia, sobretudo quando está nas mãos de um governo muito mais bandido do que aquele que patrocina a NSA. 

Os smartphones realmente podem ser violados dessa forma. Já foi o tempo em que para ter seu celular invadido era necessário baixar um aplicativo podre ou clicar num endereço suspeito. Basta receber um torpedo camarada e PUFF, já era! Se você for escolhido como alvo dos hackers, a invasão pode vir pelo wifi, bluetooth ou pela porta dos fundos

Ficou preocupado? Ótimo, era isso mesmo que eu queria. Siga os conselhos do seu consultor de TI preferido e não transforme seu aparelho num repositório de intimidades. 

Voltando aos Jogos. Alguns jornalistas mais sérios perceberam os erros e a manipulação escancarada da NBC. Nas horas seguintes, todos desmentiam - e eu também - o alçapão digital de Sochi. 

Entretanto, não devemos nos iludir: 1) A Rússia monitora tudo o que se passa em Sochi de uma forma muito mais brutal do que a NSA. 2) Usando a velha máxima dos computadores, celular seguro é celular desligado.


Foto: Outra cena de Amsterdam.