Showing posts with label Florença. Show all posts
Showing posts with label Florença. Show all posts

Thursday, September 3, 2009

Línguas 2

A Inglaterra segue o caminho dos EUA rumo ao monolinguismo. A piada é que, na Europa, o idioma único será o inglês. Nos EUA, o espanhol!

Falando sério, foi o governo Tony Blair que desobrigou o aprendizado de uma língua estrangeira a partir dos 14 anos. A medida populista foi contestada na própria Inglaterra, mas quem sofreu o golpe foram os moribundos idiomas francês, alemão e italiano, entre outros. A procura dos estudantes ingleses por tais cursos despencou.

Apesar da importância crescente do inglês, a Europa encontrou uma forma de trabalhar, respeitando a língua de cada país membro. Vejam, por exemplo, a home-page da União Européia (europa.eu). Assim como o site apresentado em 23 línguas, milhares de documentos são produzidos em 23 versões e as reuniões são acompanhadas por dezenas de intérpretes, uma das profissões mais comuns em Bruxelas.

Se este é o caminho da paz e da prosperidade, que assim seja. De qualquer forma, todo europeu sabe que sem o domínio do inglês será difícil arrumar qualquer emprego, com ou sem o paternalismo tão caro ao velho mundo.

A propósito, eu estou numa Comissão Européia sobre educação em informática. Tenho reunião em Bruxelas daqui a alguns dias. Ninguém disse que eu poderia falar português! Snif...snif...


Fotos: Duas tomadas da Basílica de Santa Croce. Na minha opinião, uma das visitas mais importantes de Florença. Ali jazem Galileo, Maquiavel, Michelangelo, Marconi, Rossini, entre outros. Ou seja, personagens que representam a grande contribuição da península itálica à Humanidade ao longo dos séculos. Dante recebeu uma dupla homenagem: A estátua na frente da Basílica (foto abaixo) e um cenotáfio (memorial fúnebre) no seu interior. Porém, a sua tumba está em Ravenna.



Tuesday, September 1, 2009

Línguas 1

Depois da hibernação de agosto, em setembro, recomeçamos tudo num ritmo frenético. Afinal, o semestre inicia-se hoje e só faltam quatro meses para acabar o ano!

Um fato bem típico e amplamente divulgado por aqui é a reentrada literária. De setembro até novembro, surge uma avalanche de novos títulos, debates na TV, suplementos especiais nos jornais e revistas e também os resultados dos grandes concursos literários do idioma francês, dentre os quais o principal é o Goncourt.

Apesar de todos fenômenos culturais (globais) que promovem a troca dos livros tradicionais por outros meios de informação, na França, o livro continua uma sólida instituição. Vendendo muito. Os autores franceses, idem. Sem dúvidas, uma fonte de vitalidade para o isolado idioma francês. Mas, isto é assunto para o próximo post.


Fotos: Acima o Duomo, obra essencial da Renascença, assinada por Brunelleschi e Giotto, entre outros. Na foto abaixo, a visão a partir do seu campanário, para se ter uma noção do tamanho do conjunto em relação ao resto da cidade.


Sunday, August 30, 2009

Crônica toscana 4

A “flexibilidade” italiana permitiu o renascimento da sua indústria vinícola. Na França, um vinho como o Ornellaia, um dos mais prestigiados da Itália, jamais teria alguma chance, pois a classificação dos vinhos e das regiões produtoras é mais inflexível do que a constituição nacional.

Além do mais, a Itália joga no time dos vinhos tipo Bordeaux, fortes e encorpados, que vendem mais e contam com a benção de Robert Parker e da revista Wine Spectator, dois dos agentes mais influentes do mundo do vinho.

Eu experimentei de tudo na temporada toscana, na dose aprovada pelos médicos de uma taça por dia. Tá bom, duas!! Chianti, Brunello di Montalcino, Montepulciano e os super-toscanos. Depois de algum tempo na França, a minha preferência mudou para Borgonha ou Beaujolais. Questão de gosto.

Os vinhedos italianos (Bolgheri em especial), o hotel-villa no Chianti e os passeios pela Toscana relembravam o documentário Mondovino, imperdível para quem gosta ou não de vinho. O documentário fala dos bastidores do Ornellaia, dos conflitos entre grandes e pequenos e muitos outros temas do mundo do vinho. A parte que eu mais gosto são os depoimentos de produtores franceses e italianos, daquelas pequenas vinícolas que passam de pai para filho ao longo dos séculos. Para os interessados, o filme é encontrado nas melhores casas do ramo. A série completa com 10 DVD é mais difícil. http://www.youtube.com/watch?v=dHBPvgOO29M


Fotos: O Palazzo Pitti, a casa nova do Duque. Os Medici deixaram o Vecchio Palazzo e mudaram para este belo conjunto renascentista no século XVI. O Palácio abriga uma bela galeria (na prática são diversos museus) e possui belos jardins (Boboli). Acima, a fachada do palácio. Abaixo, um pedaço dos jardins, o anfiteatro. Os jardins são enormes, mas o terreno não é nada plano. Difícil de fotografar. Pior de tudo, não é bom nem para uma corridinha!

Friday, August 28, 2009

Crônica toscana 3

Na hora de dirigir, fico muito mais à vontade na França. Vocês vão entender as minhas razões. A seguir, alguns comentários sobre as viagens automotivas exploratórias pela Toscana.

A indústria italiana de multas é tão agressiva quanto à brasileira. Há excesso de radares, sendo que as vicinais possuem longos trechos limitados a 50 km/h. Bastava andar nesta velocidade por alguns quilômetros, que se formava uma fila atrás de mim!

A Itália é bem criativa quanto à fixação de limites de velocidade. Encontrei as seguintes dezenas sinalizando velocidade máxima: 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110 e 130. Não me lembro de 120!

Na França, boa parte das rodovias com pedágio possui três faixas e um acostamento por pista. Na Itália, algumas das principais rodovias do país têm apenas duas faixas e um acostamento (bem sem vergonha) em cada pista. Pelo menos, a máquina do pedágio aceitava Amex!

Não deve ser fácil atualizar os mapas rodoviários italianos. Quando retirei o carro, a moça da Hertz falou: “Não confie muito em GPS por aqui”. Eu trouxe o meu, mas ela tinha acabado de alugar um para um turista americano. Exagero à parte, funcionou muito bem.

A maior emoção foi transitar na área de pedestres de Florença. No centro histórico, o acesso de veículos particulares é proibido. O hotel estava nesta área. Existia apenas um caminho autorizado da Hertz até a porta do hotel. Eu até consegui acertar, o problema é que cheguei na mão contrária.

De frente para o hotel, tinha que fazer uma curva de 180 graus numa rua em que circulavam ônibus nas duas mãos. Quis fazê-lo do jeito mais seguro e civilizado possível. Quando vi os ônibus vindo sem qualquer intenção de frear nos dois sentidos, resolvi sair da rua. Que bobagem! Entrei no centro histórico (calçadão) e não sabia como voltar à rua do hotel.

Passei pelo Duomo e pela Piazza della Repubblica. Só faltava entrar no Ponte Vecchio! Tudo era proibido. Afinal, não era para estar de carro ali. Depois de alguns longos (longuíssimos) minutos, achei um caminho para sair e caí no mesmo lugar, em frente ao hotel. Desta vez, encarei o “cavalo de pau”.

A recepcionista do hotel sabia que eu havia saído apenas para buscar o carro. A garage da Hertz ficava a uns 500m do hotel. Eu voltei meia hora depois! Todo suado. Deixei a chave com ela e falei: “Que calor que faz aqui”.


Foto: Entrada do Palazzo Vecchio. Abaixo, a visão geral. Acima, o detalhe com a réplica do David de Michelangelo. O original está no Museu da Academia, não muito distante da praça. O palácio do século XIII foi residência dos Medici e funciona como prefeitura de Florença atualmente.



Thursday, August 27, 2009

Crônica toscana 2

Uma boa surpresa: A Itália é bem mais flexível do que a França com relação à abertura do comércio aos domingos. Não enfrentei problemas nos passeios dominicais e nem mesmo no feriado de Ferragosto.

Sabia do risco que corria com o feriado de 15/08, especialmente após ter assistido o filmaço “Pranzo de Ferragosto”. Felizmente, encontrei restaurantes, bares, postos de gasolina e até um outlet aberto. A decepção foi com o próprio hotel. Trouxe pouca roupa, pois contava com o serviço de lavanderia. Para meu espanto, a lavanderia não funcionou por uma semana inteira por causa do Ferragosto (que caiu no sábado!).

A solução mais razoável seria eu mesmo lavar algumas peças (contra os meus princípios). Eis que a 10 km da villa, encontrei um disputadíssimo outlet de “marcas locais” em plena liquidação e aberto no sábado de Ferragosto. Não deu outra, comprei o que precisava. Quanto às marcas locais: Zegna, Ferragamo, Armani, Diesel, etc. Ainda bem que não precisava de grande coisa!


Fotos: Na foto acima, a charmosa e decorada Piazza della Signoria, onde estão localizados o Palazzo Vecchio e um dos museus mais importantes do mundo, a Galleria degli Uffizi. As réplicas de esculturas dão uma personalidade única à praça. Na foto abaixo, um detalhe do Palazzo Vecchio.





Tuesday, August 25, 2009

Crônica toscana 1

Não dá para reclamar do tempo na Itália neste verão. Sol brilhando todos os dias e termômetro batendo nos 38 graus todas as tardes. Eu acho até demais! Não é à toa que desembarquei na Normandia, com um clima bem mais ameno, para terminar as férias de cinco semanas, no melhor estilo francês.

A temporada na Toscana foi excelente. A viagem teve três pernas: Primeira etapa em Florença, para conhecer com calma o seu patrimônio cultural. A segunda parte foi numa villa afastada, mas ainda na região de Florença. A proposta foi ficar mais próximo de lugares como Chianti e Sienna e ter algum descanso. A villa funciona como um hotel-château francês, ou seja, é uma celebração enogastronômica (modo delicado de se dizer outra coisa). A terceira etapa foi junto ao mar, com base em Livorno, para se conhecer cidades como Lucca e Pisa, por exemplo.

Enfim, apesar de ser altíssima temporada, foi tranquilo. Se eu fosse sair do Brasil, não aconselharia agosto. Morando aqui na Europa, é inevitável. Garantia de tempo bom (fotos com céu azul) e por ser um mês em que tudo está preparado para férias mesmo. Além do mais, não dá para ficar em Lyon, onde as temperaturas chegam facilmente à casa dos 40 graus no verão.


Fotos: Cartão postal principal de Florença: Ponte Vecchio, uma ponte do século XIV sobre o Rio Arno. Esta substituiu a original romana destruída dois séculos antes. O charme são as lojinhas em ambos os lados da ponte, mostrada pela suas faces leste e oeste.





Sunday, August 23, 2009

Florença e Toscana

Não previ ficar tantos dias sem colocar um post neste blog. Em dois dos três hotéis em que estive nesta temporada italiana, o acesso à Internet era indecente. Coisas da Itália. Ou como diz a Kelly Jones: Neandertália. Mas, depois a gente fala sobre isso.

Não fiquei totalmente desconectado, pois o Blackberry funcionou bem, salvo quando estive mais afastado do centro. Temos que ser compreensivos, pois a Itália é muito grande para ser coberta pelas operadoras de celular!

Retomo os posts com fotos de Florença, capital da Toscana. Eu passo a próxima semana na Normandia, mas espero não ser decepcionado pela hotelaria francesa.

A foto de abertura é uma cena de começo da noite no Rio Arno, que corta Florença, cidade de riqueza cultural inigualável e berço da Renascença. Arrivederci!