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Monday, August 4, 2025

Os podcasts que ninguém pediu, mas que você deveria ouvir



Muitos de vocês notaram meus experimentos com podcasts feitos por inteligência artificial nos últimos dois meses. E, honestamente, sei que a maioria viu, mas não chegou a ouvir. Tudo bem, eu entendo! É exatamente por isso que vou continuar "brincando" até criar algo realmente interessante e, por que não dizer, cativante.

Da série inicial Gotas de Transformação até o Bridge, houve uma evolução significativa. E é por isso que, até o fim do ano, pretendo substituir meus dois primeiros produtos: o Gotas de Transformação e o DeepCast. Inclusive, já criei uma versão em inglês do DeepCast — o The DeepCast, que está bem melhor — e em breve vou descontinuar a versão original em português. Já as minhas outras séries curtas — Um nó chamado Brasil, Pulsar, Pulse e Bridge — continuarão no ar como estão.

Agradeço imensamente aos poucos que me deram algum feedback. Muita gente ficou encantada por simplesmente entender que o conteúdo foi feito 100% por IA, mas o que eu realmente buscava era a sua opinião sobre o conteúdo em si. Queria saber se ele consegue transitar entre o superficial e o profundo, e se os temas são tão interessantes a ponto de fazer você querer ouvir o próximo episódio.

Para encaixar este projeto na minha agenda, estabeleci alguns princípios:

1. Usar apenas ferramentas simples e acessíveis, sem exigir conhecimento profissional ou aprofundado.

2. Garantir que a edição fosse fácil e rápida.

3. Fazer uma divulgação limitada.

É claro que, mesmo usando ferramentas simples, paguei as licenças de software devidas. Até hoje, foram 118 episódios publicados no Spotify.

A parte mais empolgante desse trabalho é o projeto como um todo — desde a busca pelo “prompt” ideal até a escolha dos elementos visuais, vinhetas e sons que enriquecem o podcast. Apesar de cada episódio exigir um trabalho manual e, muitas vezes, várias checagens, o ponto central é um serviço do Google que produz a maior parte do áudio — aqueles 80% do trabalho feitos com 20% do esforço. Chegar aos 100% é outra história.

A ferramenta NotebookLM funciona muito bem em inglês, mas a geração de áudio em português ainda tem suas limitações. Por isso, a produção de Um nó chamado Brasil foi um desafio!

Enfim, convido novamente todos a darem uma chance a esses projetos:

Em português:

Um nó chamado Brasil

Pulsar

DeepCast (em breve será removido)

Gotas de Transformação (uma nova edição será lançada a partir de setembro)

Em inglês:

Bridge

Pulse

The DeepCast (versão inglesa do DeepCast, muito mais profunda)


A sua opinião é fundamental para aprimorar ainda mais este trabalho.


Foto: Palácio Sanssouci, o antigo refúgio de verão de Frederico o Grande, ainda em Potsdam. Alemanha (abril de 2024).


Sunday, February 10, 2013

Best sellers


Em artigo do Estadão, Sérgio Augusto comenta a “degradação cultural no Brasil”, tomando como base a lista de best sellers. Embora concorde com muitas afirmações do autor, discordo da utilização da lista de livros mais vendidos como base para qualquer coisa.

O autor relembra o tempo em que grandes escritores brasileiros e estrangeiros ocupavam tais listas. Até o difícil Ulisses de James Joyce foi “campeão de vendas” no Brasil de tempos atrás. O que aconteceu com o Brasil?

A lista de mais vendidos é apenas um ranking. Ela desconsidera o tamanho do mercado editorial à sua época. Não faz muito tempo, Buenos Aires tinha mais livrarias do que o Brasil inteiro. Enfim, uns poucos milhares de livros consumidos por uma fração mínima da população do país faziam um best seller. Ainda não podemos nos orgulhar da leitura no país, mas a produção de livros cresceu muito.

Talvez a venda de Ulisses esteja no mesmo patamar ou tenha crescido muito pouco dos anos 80 para cá. Entretanto, outros livros de apelo mais popular vendem muito mais. Até que ponto ter Stephenie Meyer ou E.L. James como motores da indústria editorial é um problema?

Aí vai minha opinião. Não é problema! Uma parte dos leitores de “trash” vai adquirir o hábito de ler e, possivelmente, buscar títulos e autores mais relevantes. É um longo ciclo de aprendizado e renovação.

Os bons livros terão um público crescente na medida em que melhoramos a educação e o acesso aos mesmos. Listas de best sellers são um outro mundo e não devem nos envergonhar, até por que não inventamos nem Stephenie Meyer nem E.L. James.


Foto: Centro histórico de Nice.

Sunday, September 16, 2012

Cassando as Caçadas


O debate sobre a censura à obra « Caçadas de Pedrinho » ganhou força. Foi um dos primeiros livros que li ainda criança. Àquela época, não percebi seu caráter racista, assim como muitos milhares de leitores. Eram outros tempos. Hoje, os termos usados por Monteiro Lobato para descrever a Tia Nastácia podem chocar.

O politicamente correto levado ao extremo poderia banir tantas obras, que o seu efeito seria ainda mais perverso. Se tirarmos de circulação todas as obras racistas, antissemitas, machistas, homofóbicas, preconceituosas ou ofensivas, não sobrará muita coisa. Nem a Bíblia.

Melhor mesmo é que todos sejam expostos às mais variadas ideias, podendo discernir o que é bom e o que é ruim. “Caçadas de Pedrinho” e “Tintin no Congo” não são responsáveis pelo preconceito aos negros. Assim como “O Mercador de Veneza” e “Oliver Twist” não inventaram o antissemitismo.

Em 2011, fiz um post análogo sobre o escritor francês Céline. Retomo uma citação de Bernard-Henri Levy: “É preciso mostrar o mistério que faz de uma pessoa um grande escritor e um perfeito canalha ao mesmo tempo.” Canalha? Talvez. Não precisamos festejar Monteiro Lobato, apenas lê-lo.

Leia também: Céline e "80 anos de Tintin"


Foto: Começo a minha série londrina, com algumas fotos da “Hampton Court”, uma das mais belas residências históricas da monarquia inglesa.

Wednesday, March 31, 2010

Charles & Alice

Os filmes em 3D estão salvando Hollywood. Até agora, eles têm sido eficazes na proteção contra a pirataria descontrolada pela Web. Também têm sido generosos caça-níqueis, associado aos temas infanto-juvenis (para não dizer outra coisa).

Finalmente, assisti a um filme em 3D que escapa da mediocridade: Alice no País das Maravilhas. O clássico de Lewis Carroll continua inspirando os amantes das letras, números e lógica. O filme passa muito rápido para se absorver a riqueza do texto, a menos que você tenha lido e relido o livro algumas vezes. Pena que tenha deixado a edição comentada por Martin Gardner no Brasil.

A vida de Charles Dodgson - o verdadeiro nome de Carroll - continua suscitando especulações. A suspeita de pedofilia ainda é grande. Há inúmeras suposições a respeito dos laços de Charles com as meninas da família Liddell: A verdadeira Alice e a sua irmã Lorina.

No mundo dos calorosos debates sobre a personalidade de Charles, a última novidade é o livro da inglesa Jenny Woolf. Ela vasculhou a vida do escritor com uma disciplina da auditoria ou mesmo da ciência forense. Sua conclusão: Nem gay, nem pedófilo. Charles Dodgson seria uma pessoa "normal".

A música tem Michael Jackson, o cinema tem Roman Polanski e a literatura tem o eterno Lewis Carroll.


Foto: Mais uma tomada de Monaco, desta vez mostrando a parte mais antiga da cidade, sob o famoso rochedo.

Sunday, January 24, 2010

Curtas artísticos

Ainda no cinema, assisti "Gainsbourg, vie héroïque". O filme tem seus altos e baixos no melhor estilo francês. O melhor do filme é Eric Elmosnino e Laetitia Casta revivendo os amantes Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot. Tamanha sensualidade só poderia ter sido a fonte de inspiração de "Je t'aime moi non plus". A música ficou eternizada posteriormente com Serge e Jane Birkin, pois o marido de Bardot, um industrial alemão, não havia autorizado a sua divulgação. Pois é, o que é hino ao amor para uns, é hino ao corno para outros.

Salieri se deu bem mais uma vez. Na ópera-rock Mozart, ele ficou com a melhor música "Assasymphonie". Seu intérprete, Florent Mothe, foi a revelação do ano. O espetáculo está em tournée pela França. A gente gosta mesmo é dos vilões!

Na literatura, como havia comentado, o prêmio Goncourt é dinheiro no bolso. Marie NDiaye, autora de "Três mulheres poderosas" só perde para Dan Brown com "O símbolo perdido". Já no mundo dos livros trash, para minha surpresa, achei uma suposta autobiografia de Jean Sarkozy (do alto dos seus 23 anos) entre os mais vendidos. O nome do livro é "Minha vida, minha obra e meu scooter". Autor não identificado. O livro é mesmo uma gozação. Vendeu tão rápido que nem deu tempo para o papi processar o editor. Eles merecem!


Foto: Ainda na região da Chartreuse (Isère), cena de Saint Pierre de Chartreuse. O gado dá lugar a uma disputada pista de esqui nesta época do ano.

Tuesday, September 1, 2009

Línguas 1

Depois da hibernação de agosto, em setembro, recomeçamos tudo num ritmo frenético. Afinal, o semestre inicia-se hoje e só faltam quatro meses para acabar o ano!

Um fato bem típico e amplamente divulgado por aqui é a reentrada literária. De setembro até novembro, surge uma avalanche de novos títulos, debates na TV, suplementos especiais nos jornais e revistas e também os resultados dos grandes concursos literários do idioma francês, dentre os quais o principal é o Goncourt.

Apesar de todos fenômenos culturais (globais) que promovem a troca dos livros tradicionais por outros meios de informação, na França, o livro continua uma sólida instituição. Vendendo muito. Os autores franceses, idem. Sem dúvidas, uma fonte de vitalidade para o isolado idioma francês. Mas, isto é assunto para o próximo post.


Fotos: Acima o Duomo, obra essencial da Renascença, assinada por Brunelleschi e Giotto, entre outros. Na foto abaixo, a visão a partir do seu campanário, para se ter uma noção do tamanho do conjunto em relação ao resto da cidade.