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Monday, July 18, 2016

"No limits"

A última passagem por São Paulo rendeu duas multas. Depois de algum tempo fora, esqueci-me do rodízio e também não percebi os novos limites de velocidade. Paciência!

Dirigir devagar dentro do perímetro urbano é razoável. É uma tendência mundial. Não é razoável ter tamanha diversidade de limites, 30 km/h, 40, 50, 60, 70, etc, estabelecidos ao gosto da burocracia. Imaginem só a economia que poderíamos fazer com menos sinalização!

Na Bélgica, onde também se anda devagar, usa-se o princípio da exceção. Há uma regra conhecida por todos e só as exceções são indicadas. Ou seja, na falta de sinalização, vale o limite de 50 km/h dentro da cidade. Já na autoestrada, o limite é de 120 km/h. Só há placas para sinalizar as exceções, como naqueles trechos próximos às obras.

Falando francamente, só descobri tudo isso há poucos meses. Pensei que a ausência de placas nas estradas significasse “no limits”, algo tipo “Autobahn”. Apesar do mal entendido, não levei nenhuma multa.


As duas multas são fatos pitorescos. Tem coisa muito mais grave. Desde que saí do Brasil pela primeira vez, em 2007, o aumento de preços tem sido constante. Na semana passada, passei por uma situação boba, um pouco constrangedora para mim e que ilustra a tal inflação.

Andava pelas ruas de SP bem à vontade, sem celular e sem documentos. A ideia era passar no supermercado para comprar meia dúzia de itens. Levei uma nota de 50 reais na expectativa de gastar uns 20 e voltar com troco. Vocês devem estar imaginando o que aconteceu. Se não foi a minha primeira vez, não me lembro de outras ocasiões.  Quando percebi que a conta passaria dos 50 reais, tive que pedir para o caixa estornar dois artigos. Vexame :(



Foto: A fachada mais conhecida de Vannes, Bretanha, com o famoso casal esculpido em pedra por volta do século XVI.

Saturday, March 12, 2016

Pelas ruas

Plano de sábado: Ir ao centro de Bruxelas comer um “bar en croûte de sel”, passear por um pouco por lá e, na volta, entrar no cinema para assisitir “Spotlight”. Tudo isso sem carro.

Passar o sabadão sem carro é a minha vingança. Durante a semana, para sair de onde eu moro, uma densa região comercial e residencial, cruzo inúmeras faixas de pedestre. A maioria delas não tem sinal, ou seja, o pedestre tem prioridade total.

Considerando-se a multidão que anda pelas ruas do bairro, algumas delas são difíceis de atravessar. Nos horários de pico, é muito irritante.

Por isso, hoje, fiz questão de atravessá-las lentamente, com direito a paradinha no meio da faixa para ver se não deixei cair nada pelo caminho. Considero-me vingado.



A  200m do cinema, percebi uma movimentação diferente. Havia muitos policiais e a multidão protestava contra alguém. De longe, não entendia direito. Notei que terminava com “LA”. O meu subconsciente preparava-se para uma prévia das manifestações de domingo (13 de março).

Chegando mais perto, percebi que o vilão era outro. Tratava-se de Joseph Kabila, o “dono” do Congo, antiga colônia belga, ao qual os manifestantes referiam-se como assassino e corrupto.

O grupo prosseguiu pelas ruas do Matonge (bairro congolês de Bruxelas, pronuncia-se Matonguê) e eu fui ao cinema.  Não aderi à manifestação do #ForaKabila, mas espero que todos os amigos do Brasil estejam presentes nas nossas ruas, pedindo um #ForaDilma e #ForaPT.




Foto: Abadia de Mortemer, na Normandia. O conjunto do século XVII está bem preservado, enquanto que os prédios originais do século XII foram destruídos.

Sunday, March 8, 2015

Uber

O Uber é sinônimo de baderna. Ele causa greves, manifestações e agressões. Na última semana, cruzei com uma paralização de taxistas protestando contra o Uber em Bruxelas. O congestionamento engoliu a minha habitual folga para chegar aos aeroportos e estações de trem. Não perdi o trem por alguns segundos.
  
Depois dessa, dá mais vontade de continuar usando o Uber. O serviço é de primeira. Na grande maioria das vezes, chega um carrão limpo e cheio de serviços como revistas, wi-fi, garrafa d’água e balas. O motorista, chamado Mohamed em um terço das vezes,  é muito mais gentil do que qualquer taxista de frota. O melhor de tudo é que sai bem mais barato.

E quem disse que aquele Mercedão é do Mohamed ? Não é mesmo. Ele o aluga por alguns dias e roda o máximo atendendo aos usuários do Uber e fazendo uns trocos.

Acredito que a contribuição mais nobre  do Uber seja quando há um real compartilhamento de veículos (a boa e velha carona) e não apenas a substituição dos motoristas de taxis. Isso sim faz um bem maior para nossas cidades.

O Uber é obviamente injusto com os táxis, que  submetem-se a fiscalizações e regulamentações, quando não pagam uma fortuna pelo ponto. Só resta-lhes uma vantagem, podem andar nos corredores de ônibus e bondes.

Tá com pena deles? Eu não.

Internet é isso mesmo. Desintermediação e ruptura são palavras de ordem. Não se solidarizem com os taxistas.  Melhor mesmo é ficar de olho nas nossas profissões e mercados. Amanhã, poderemos ser os taxistas de um outro Uber.  



Foto: Mais uma cena do centro de Antuérpia.