Sunday, August 28, 2011

RIP PC 2

No post anterior, mostrei que muita gente já falava do fim do PC em meados dos anos 90. Procurando na minha biblioteca pessoal (física), achei um texto ainda mais antigo e mais preciso. Um artigo de Mark Weiser (PARC, Xerox) para a Scientific American de Setembro/91 intitulado "The Computer for the 21st Century". Vejam algumas linhas:

The most profound technologies are those that disappear. They weave themselves into the fabric of everyday life until they are indistinguishable from it.
...
The arcane aura that surrounds personal computers is not just a "user interface" problem. My colleagues and I at PARC think that the idea of a "personal" computer itself is misplaced, and that the vision of laptop machines, dynabooks and "knowledge navigators" is only a transitional step toward achieving the real potential of information technology. Such machines cannot truly make computing an integral, invisible part of the way people live their lives. Therefore we are trying to conceive a new way of thinking about computers in the world, one that takes into account the natural human environment and allows the computers themselves to vanish into the background.
Ubiquitous computers will also come in different sizes, each suited to a particular task. My colleagues and I have built what we call tabs, pads and boards: inch-scale machines that approximate active Post-It notes, foot-scale ones that behave something like a sheet of paper (or a book or a magazine), and yard-scale displays that are the equivalent of a blackboard or bulletin board.
...
My colleagues and I at PARC believe that what we call ubiquitous computing will gradually emerge as the dominant mode of computer access over the next twenty years. Like the personal computer, ubiquitous computing will enable nothing fundamentally new, but by making everything faster and easier to do, with less strain and mental gymnastics, it will transform what is apparently possible. Desktop publishing, for example, is fundamentally not different from computer typesetting, which dates back to the mid 1960's at least. But ease of use makes an enormous difference.

Enfim, foi no PARC que a revolução começou. Grande parte das ideias da Microsoft e da Apple saíram do renomado laboratório. Quem tinha visão sabia que o PC era apenas um meio e não o fim.

O autor menciona os "pads" e também o "knowledge navigator", um conceito da Apple celebrizado na gestão John Sculley, no final dos anos 80. (Não achei o meu exemplar do seu livro "Odisséia" aqui em casa. Livros demais ou memória de menos?)

Lembrar de John Sculley na semana em que Steve Jobs deixou a operação da Apple talvez não seja muito correto. Mas, se existe alguém no mundo que soube transformar os sonhos de tantos visionários da TI em realidade, esse homem é Steve Jobs.


Foto: A Place du Bareuzai em Dijon. A estátua, o carrossel e a mistura de estilos arquitetônicos marcam um dos locais mais animados da cidade. Literalmente, há séculos!

Saturday, August 27, 2011

RIP PC 1

Depois de muita espera, podemos dizer que a era pós-PC começou. Com a explosão dos dispositivos móveis, o PC passa a ter um papel secundário na nossa vida pessoal e profissional. Sabíamos que chegaríamos ao fim da era do PC, mas não exatamente quando e como.

Bill Gates, o grande vencedor da era PC, escreveu em "A Estrada do Futuro" (1995):

"É um pouco assustador, já que, à medida que a tecnologia dos computadores avançou, nunca o líder de uma fase permaneceu líder na fase seguinte. A Microsoft tem sido líder na fase dos microcomputadores. Portanto, a partir de uma perspectiva histórica, acho que a Microsoft não se qualifica para liderar a fase da estrada na Era da Informação. Mas quero desafiar a tradição histórica".

O fim da era PC aparece em muitos textos que pude pescar via Google:

1998 -  Relatório anual IBM
"The PCs reign as the driver of customer buying decisions and the primary platform for application development is over." (Lou Gerstner)

1998 - Economist
"WHISPER it quietly, the personal computer—the machine of the 1990s—will be entering its twilight years by the beginning of the new millennium."

1999 - BBC
"The biggest mistake of all, he says, is ignoring the mass-market customer - the average computer user who wants to use the web, without the bother of doing any technical homework."

1999 - Businessweek
"It's not just this slew of gee-whiz devices that will make information appliances commonplace. Mundane products already found in many homes will also get far smarter. Cameras, TVs, cell phones, and cable boxes are going digital, making it far easier to add new features that let them take on jobs now done by the PC--including Internet access."

2000 - CNN Money
"Likewise, a greater proliferation of Web-enabled devices such as cell phones and personal digital assistants over the next few years will further remove the consumer experience of computing from the desktop."

Parei nas citações do século passado. Dali em diante, o fenômeno era evidente.


Foto: Ainda em Dijon, a elegante Place Darcy, inspirada no modelo parisiense.

Saturday, August 20, 2011

Enquanto isso, no ar

Na última semana, o ator francês Gérard Depardieu foi objeto do escárnio generalizado, por ter urinado num corredor de avião. De acordo com a versão oficial, o incidente do vôo AF5010 deveu-se a um problema de próstata. Vamos acreditar na versão oficial e enviar votos de saúde ao eterno Obélix!

Alguns dias antes, a imprensa revelou um outro segredo dos vôos da AF. Quando DSK está a bordo, a companhia escala UM comissário para atendê-lo, afastando-o das comissárias. O passageiro é velho conhecido da companhia e possui um longo histórico de assédios.

Depois de muito voar por este mundo, garanto que, se DSK viajasse de United ou Delta, não haveria a menor preocupação com o assédio às aeromoças. Desculpem-me pela franqueza, mas a diferença entre as comissárias de empresas americanas e não americanas é gritante. Muitos brasileiros já perceberam, tanto é que criaram o termo "aerovelhas" para contrastar com as simpáticas e esbeltas "aeromoças". Mas, por que?

Nunca tinha parado para pensar. Uma vez, um conhecido arriscou: "Os americanos são maiores mesmo!". Sem comentários.

A ficha caiu recentemente. Por questões profissionais, percebi como a gestão de recursos humanos nos EUA exige uma série de cuidados para se garantir que os empregados não sejam discriminados. E isso é levado muito a sério. Deduzi que as companhias aéreas não poderiam escolher as suas profissionais com base na idade, peso, estado civil ou mesmo por um rostinho bonito.

De fato, é isso mesmo. Nos anos 70, as profissionais do ar se organizaram para assegurar seus direitos. A "Stewardesses for Women's Rights" existiu apenas por  4 anos, mas redefiniu o mercado de trabalho da categoria nos EUA através de uma série de ações legais e mobilizações. O mesmo não aconteceu no resto do mundo.

Veja este parágrafo da Wikipedia sobre o tema:

"Originally female flight attendants were required to be single upon hiring, and were fired if they got married, exceeded weight regulations, or reached age 32 or 35 depending on the airline. In the 1970s the group Stewardesses for Women's Rights protested sexist advertising and company discrimination, and brought many cases to court. The age restriction was eliminated in 1970. The no-marriage rule was eliminated throughout the US airline industry by the 1980s. The last such broad categorical discrimination, the weight restrictions, were eliminated in the 1990s through litigation and negotiations. By the end of the 1970s, the term stewardess had generally been replaced by the gender-neutral alternative flight attendant. More recently the term cabin crew or cabin staff has begun to replace 'flight attendants' in some parts of the world, because of the term's recognition of their role as members of the crew".

Enfim, é bom ser atendido por uma comissária bonitinha da Air France, Singapore Airlines ou TAM, mas por trás delas existe uma prática discriminatória, certamente não condizente com nossos manuais tão recentes de sustentabilidade.


Foto: A Rue de la liberté, eixo principal do núcleo histórico de Dijon.

Friday, August 19, 2011

Ops...

Os escândalos de corrupção certamente preocupam Dilma. Não foi à toa que cometeu dois atos falhos no mesmo dia. Diz a Veja: "Na hora de cumprimentar o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, chamou-o de Agnelo Rossi – sobrenome do ministro que tem dado mais dor de cabeça à presidente nas últimas semanas, Wagner Rossi, da Agricultura. Ao se referir a Alberto Broch, presidente da Contag, chamou-o de Alfredo, nome do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento..."

Na terra de Sarkô e DSK, os atos falhos são de outra natureza. Bruce Hortefeux, ex-ministro e atual conselheiro do Eliseu, trocou "impressões digitais" por "impressões genitais", quando falava sobre o cadastramento dos imigrantes.

Já a ex-ministra Rachida Dati se entregou em duas oportunidades. Na primeira, no meio de uma entrevista sobre Economia, trocou "inflação" por "felação". Na segunda, falando sobre integração das minorias, trocou "code" (código) por "gode" (objeto em formato fálico).



Foto: A edícola que abriga o "Puits de Moïse" em Dijon, conforme mencionado no post anterior.

Thursday, August 18, 2011

Puits de Moïse

Na minha primeira passagem por Dijon, fiz o circuito básico da cidade. Também fui atrás do "Puits de Moïse" (Poço de Moisés), conforme a recomendação do Guia Michelin. Infelizmente, acabei não encontrando o famoso poço. Não havia nenhuma indicação para uma obra de arte tão importante. Era domingo, a cidade estava vazia, e não encontrei ninguém que soubesse dar informações. Resultado, andei, andei e andei. Conheci a cidade inteira e um belíssimo parque.

O poço é uma obra prima de Claus Sluter (1340-1405). Fazia parte da Chartreuse de Champmol, monastério que abrigava as tumbas dos Duques da Borgonha, transferidas posteriormente para o palácio mostrado (parcialmente) no post anterior.

De fato, o "Puits de Moïse" fica no interior de um complexo psiquiátrico e esteve fechado para visitação por longos anos. Vítima de diversos atos de vandalismo, passou por uma longa restauração e permaneceu com acesso restrito por muito tempo. O local só foi reaberto a visitação em 2010. Só soube disso quando estava de mudança de Lyon para São Paulo.

Voltei a Dijon em junho último para conhecê-lo. Percebi que a visita ainda não atrai multidões. Para ser mais preciso, eu era o único visitante naquela tarde. O lugar é tão amplo e belo que fica fácil esquecer que se trata de um hospital psiquiátrico. Assim como as tumbas dos duques da Borgonha me impressionaram em 2007 (como registrei no antigo fotolog), a visita ao "Puits de Moïse" também valeu à pena. Mais informações na Wikipedia.


Foto: A escultura de Claus Sluter que ornamenta o poço de Moisés.  A foto abaixo é um detalhe da foto acima.


Wednesday, August 17, 2011

iPocalypse

O termo IPocalypse retrata um cenário de pane geral da Internet pela falta de endereços IP. Esteve muito em voga, pois o sistema de endereçamento atual aproxima-se do seu limite e a transição para o novo faz-se necessária. Na esteira do IPocalypse, veio o iPocalypse, referindo-se a panes diversas no mundo Apple, que poderiam ocasionar perda de dados, perda de músicas, desconexão, etc.

Mais recentemente, o termo iPocalypse tem sido usado para retratar a nossa ligação com os smartphones, tablets e outros equipamentos móveis que carregamos para todos os lados. Pesquisas diversas - sérias ou não - convergem: As pessoas abririam mão de muitas coisas para ter ou manter seu iPhone, por exemplo.

O excesso de apego a tais gadgets, ícones do nosso mundo materialista, retrataria a decadência da nossa sociedade?

Discordo. Exageros à parte, é verdade que desenvolvemos uma certa dependência de tais gadgets, mas jamais por desvalorizar o contato humano ou menosprezar valores espirituais. Nós queremos simplesmente ser mais produtivos, mais rápidos e mais bem informados. É uma resposta a uma sociedade mais exigente e competitiva.

As pessoas não querem abrir mão dos seus smartphones, pois reconhecem a sua utilidade. Além de tudo - e está mais do que provado - se esses aparelhos nos ajudam um pouco, eles fornecem a milhões de pessoas do mundo inteiro algo ainda mais básico: A cidadania.

Talvez a sociedade decadente esteja na crise econômica, no aquecimento global ou na corrupção generalizada. Já os smartphones têm ajudado a derrubar ditaduras, mobilizar povos na defesa dos seus direitos e democratizar o acesso à informação. Considerando-se que apocalipse significa revelação, quem cunhou o termo talvez tenha acertado por linhas tortas.



Fotos: Ainda no feriado prolongado de junho deste ano, passei por Dijon (Borgonha). O motivo da visita será relatado mais para frente. Por enquanto, fiquem com algumas fotos das suas atrações principais. Acima, o coração da cidade, a Place de la Libération, diante do Palácio dos Duques de Borgonha.

Monday, August 8, 2011

Vacances

No auge do escândalo com o ex-presidente do FMI, sabia-se da importância da instituição face às incertezas vindouras. A liderança de DSK sempre foi respeitada. Com a inevitável expansão da crise, será a vez de Christine Lagarde encarar o desafio do cargo e o esqueleto que está no seu armário.

A ex-ministra é acusada de ter facilitado a vida de Bernard Tapie, amigão do Sarkô, brindado com uma indenização do Estado francês de mais de 300 milhões de euros. Há evidências de que Tapie, ex-dono da Adidas, tenha vendido suas empresas a preço de banana, graças a uma combinação de interesses políticos e privados, no melhor estilo das repúblicas bananeiras.

Se foi armação ou não, caberia à Justiça decidir. Entretanto, o governo Sarkô tirou o processo do Judiciário e o enviou para uma corte arbitral independente. Como resultado deste "fast-track" jurídico, o Estado foi condenado a indenizá-lo. Se isto não for imoral, é de um arrojo sem igual. Como escrevi em 2008: “Nem o José Dirceu tinha pensado nisso”.

Um articulista do Le Monde, estudioso das questões legais e constitucionais, salienta que é impossível incriminar Sarkozy neste episódio. O Presidente nunca sabe de nada! Largarde responderá por ele.

A esta altura do campeonato, o eleitor francês está olhando mais para a crise que se aprofunda e, principalmente, para o seu bolso. As notícias vindas do outro lado do Atlântico não são animadoras. Este quadro favorece o partido de Sarkozy, de direita, com ou sem escândalo. A extrema-direita, em ascensão, perdeu pontos com o atentado norueguês.

O eleitor sabe que, em tempos de crise, as ideias dos socialistas não são as mais eficazes. O PS é um partido de gente bacana, mas ruim da cabeça. Portanto, mesmo com toda impopularidade, Sarkô não morreu. Na última semana, recluso no château praiano da sua sogra em Cap Nègre, ganhou três pontos de popularidade. Quem está precisando de um descanso assim é o Obama.


Foto: A praça central de Arbois, a Place de la Liberté.

Wednesday, August 3, 2011

70, 80 e 90

Muitos sistemas de numeração da antiguidade eram vigesimais. Se foram os dez dedos das mãos que inspiraram a base decimal, acredita-se que, a inclusão dos dedos dos pés gerou a base vigesimal.

Os celtas, por exemplo, usavam a contagem vigesimal. Pela via gaulesa, o francês antigo uniu a tradição celta ao latim. Na língua romana, 30 é "triginta", 40 é "quadraginta" e 50 é "quinquaginta". No francês arcaico, 30 é "vint et dis", 40 é "deux vins" e 50 é "deux vins et dis".

A partir do fim da Idade Média, a base decimal começou a vingar na França. Como o leitor pode antecipar, o francês moderno conservou alguns resquícios do passado. As dezenas 80 e 90 são, respectivamente, "quatre-vingts" e "quatre-vingt-dix". Já o número 70, ficou perdido entre o mundo decimal e vigesimal, batizado como "soixante-dix".

A Academia Francesa reconhece os numerais "septante", "octante" e "nonante". Há algumas décadas, seu uso foi estimulado como forma de simplificar o aprendizado. Mas, a tradição venceu. Como curiosidade, o francês falado na França, Bélgica e Suíça tem pequenas diferenças com relação aos numerais 70, 80 e 90:

Bélgica: Septante, quatre-vingts e nonante.
França: Soixante-dix, quatre-vingts e quatre-vingt-dix.
Suíça: Septante, huitante/quatre-vingts/octante e nonante.

Na Suíça, o número 80 é falado de três formas diferentes, conforme o cantão:

Vaud, Valais e Fribourg: Huitante
Genève, Jura e Neuchâtel: Quatre-vingts
Algumas cidades do cantão de Fribourg: Octante

Na Dinamarca e no País Basco, a numeração também manteve a tradição vigesimal, assim como em outras línguas célticas ainda vivas, por exemplo, gaélico e bretão.


Foto: Ainda no centro de Arbois, o Museu do vinho do Jura, com o seu vinhedo urbano.

Monday, August 1, 2011

Vox populi

Uma recente pesquisa do IBOPE, divulgada no Estadão, mostrou que a maioria dos brasileiros (55%) é contra a união estável entre pessoas do mesmo sexo ("casamento gay"). Mesmo sendo favorável à matéria, a aprovação pelo Supremo chamou minha atenção. Fiquei curioso pelos caminhos que a sociedade encontra para se aperfeiçoar, mesmo contra a suposta vontade da maioria. Certamente, não foi o único episódio da nossa História. Seria um paradoxo da democracia? 

A dificuldade de aprovação do "casamento gay" no Congresso pode ser compreendida. Não foi o poder do lobby católico-evangélico, mas a própria vontade do povo. O poder legislativo representa o povo. Seria justo cobrar este tipo de progresso social do Congresso? Seria incumbência dos outros poderes?

O Ricardo Amorim (@Ricamconsult no Twitter) foi mais provocativo e tuitou:  "Segundo IBOPE, maioria é contra união gay. Ainda vamos nos envergonhar disso. Maioria já foi contra fim da escravidão e voto das mulheres.”

O paralelo sugerido pelo Ricardo é inteligente. Talvez, discorde do motivo da vergonha, pois a sociedade está sempre em transformação. Os eventos históricos suscitam controvérsias, porém, em ambas as situações, o Brasil estava muito dividido.

Todos sabiam que a abolição viria mais cedo ou mais tarde. A resistência era grande por que uma parte do Brasil protegia seus interesses. Até a classe média possuía escravos! A aristocracia rural também dava como certa a abolição, mas brigou até o fim por uma indenização pelos escravos libertados.  A Princesa Isabel formalizou o fim da escravidão com a sua canetada histórica, sem indenização aos proprietários de escravos, que viraram republicanos instantaneamente (Já viram isso?).

O sufrágio feminino também foi resolvido com uma canetada de Getúlio Vargas em 1932. O ativismo feminino cresceu no seu governo e a causa foi misturada com os movimentos sociais, que espalhavam-se pelo país. Possivelmente, muitos brasileiros eram apenas indiferentes ao tema, daí a suposta oposição da maioria. Se houvesse uma pesquisa de opinião nos anos 20-30, as mulheres não seriam entrevistadas! Depois de anos de discussão e indefinição, Getúlio encerrou o assunto e capitalizou.

Em ambos os casos, mesmo que a maioria da população ainda não apoiasse a causa, a Princesa Isabel e Getúlio Vargas estavam diante de uma tendência inequívoca, seja pela realidade no exterior ou pela mobilização crescente da nossa sociedade. Coube a eles mostrar o caminho.

O Brasil mudou. Temos uma Constituição mais moderna e respeitosa aos direitos do cidadão. Não temos mais monarcas nem ditadores. O papel do Supremo, como árbitro em grandes debates nacionais, será cada vez mais comum, numa situação similar aos EUA. Livre de preconceitos e interesses, o Supremo deve decidir segundo o espírito da Constituição. E que venham outros debates, pelo bem do Brasil!


Fotos: Acima, uma esquina charmosa de Arbois, a caminho da casa onde viveu Louis Pasteur,a atração principal da cidade (abaixo).