Enquanto estava fora, a discussão sobre a gestão da Petrobrás pegou fogo. Sempre é positivo que a realidade venha à tona, mas a reação geral é um pouco surpreendente. Explico melhor a seguir.
Um bom pedaço do rombo da Petrobrás está no nosso próprio bolso. É o controle de preços imposto pelo governo, que usa a empresa como seu braço. A tão amada Petrobrás ajuda a controlar inflação, fazer política industrial e até cultural. Pode ser legal, mas é imoral, sobretudo com os demais acionistas. Estes sim, são prejudicados e desrespeitados continuamente. São os grandes perdedores.
Com relação à corrupção, ora bolas, o governo petista mete as mãos em tudo o que é possível, por que deixaria a Petrobrás de fora? Roubar na saúde e na educação não é pior? Depois da Copa e das Olimpíadas, o que é uma mera refinaria?
Vejo certa incoerência daqueles que clamam: "roubem tudo menos a Petrobrás". Seriam liberais de verdade? O verdadeiro liberal está entre aqueles que dizem: "vendam a Petrobrás!"
Os casos de corrupção e incompetência em voga são escandalosos. Não vou comentá-los individualmente por falta de informações. Tenho certeza de que existem muitos outros.
Se tudo isso for munição para a campanha eleitoral e vier para abalar a Dilma e sua corja, que seja bem vindo! Afinal, esse é o destino dos maus governantes e dos bandidos mais célebres: são punidos pelos motivos errados.
Foto: Na última foto de Amsterdam, o Nemo, o Museu de Ciências.
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Saturday, March 29, 2014
Saturday, March 22, 2014
Voando
Não! Este não é mais um texto sobre o sumiço do avião da Malásia.
Não pude acompanhar o trágico evento como gostaria. Na Europa, todos os holofotes estão sobre a Rússia. Nem por isso, fui poupado de ouvir as mais absurdas teorias sobre o destino do vôo MH370. Sem comentários.
Este post só está saindo por causa de outro incidente aéreo. Sobrevoava o Atlântico a caminho do Brasil, quando o piloto percebeu algo errado. Meia volta volver! De volta para o ponto de partida. Tudo bem, não foi a minha primeira vez e nem será a última.
A tripulação sabia que era muito provavelmente um alarme falso. Mesmo assim, seguindo as normas de segurança, passamos por um daqueles pousos de emergência cinematográficos.
Passado o susto, o castigo é voltar para um hotel de aeroporto sem as malas e esperar pela liberação da aeronave. Disse para uma família brasileira: melhor assim do que no vôo MH370!
O castigo é relativo. Depois de duas semanas em hotéis centrais de Paris e Bruxelas, hotel de aeroporto chega a ser um alívio: quartos maiores e mais modernos, isolamento acústico e térmico, etc. Nas últimas duas semanas, vivi aquelas situações típicas das cidades do Velho Mundo:
1) Quartos pequenos - Entra você ou a mala!
2) Ar condicionado só funciona no verão - Se esquentar um pouco mais no final do inverno, azar seu!
3) Banheiros europeus são planejados para os comedidos banhos europeus. Banho de brasileiro significa inundação total!
Depois de acabar esse texto, ainda terei um tempinho para trabalhar e assistir ao noticiário local. A coisa está quente por aqui. Amanhã tem eleições municipais na França e a questão russa inspira muita discussão.
Os debates na TV tem sido ótimos. Num deles, a conversa começou na Criméia, passou pelo Kosovo, entrou na Catalunha e terminou na Escócia. Mais ou menos como este post, que começou na Malásia, passou por Paris e Bruxelas, e termina na Rússia. Falando sério, é fácil entender por que essas questões de soberania e secessão assustam muita gente por aqui.
Foto: O Rijksmuseum de Amsterdam visto por trás, onde uma grande praça integra outros espaços culturais como o Museu Van Gogh.
Não pude acompanhar o trágico evento como gostaria. Na Europa, todos os holofotes estão sobre a Rússia. Nem por isso, fui poupado de ouvir as mais absurdas teorias sobre o destino do vôo MH370. Sem comentários.
Este post só está saindo por causa de outro incidente aéreo. Sobrevoava o Atlântico a caminho do Brasil, quando o piloto percebeu algo errado. Meia volta volver! De volta para o ponto de partida. Tudo bem, não foi a minha primeira vez e nem será a última.
A tripulação sabia que era muito provavelmente um alarme falso. Mesmo assim, seguindo as normas de segurança, passamos por um daqueles pousos de emergência cinematográficos.
Passado o susto, o castigo é voltar para um hotel de aeroporto sem as malas e esperar pela liberação da aeronave. Disse para uma família brasileira: melhor assim do que no vôo MH370!
O castigo é relativo. Depois de duas semanas em hotéis centrais de Paris e Bruxelas, hotel de aeroporto chega a ser um alívio: quartos maiores e mais modernos, isolamento acústico e térmico, etc. Nas últimas duas semanas, vivi aquelas situações típicas das cidades do Velho Mundo:
1) Quartos pequenos - Entra você ou a mala!
2) Ar condicionado só funciona no verão - Se esquentar um pouco mais no final do inverno, azar seu!
3) Banheiros europeus são planejados para os comedidos banhos europeus. Banho de brasileiro significa inundação total!
Depois de acabar esse texto, ainda terei um tempinho para trabalhar e assistir ao noticiário local. A coisa está quente por aqui. Amanhã tem eleições municipais na França e a questão russa inspira muita discussão.
Os debates na TV tem sido ótimos. Num deles, a conversa começou na Criméia, passou pelo Kosovo, entrou na Catalunha e terminou na Escócia. Mais ou menos como este post, que começou na Malásia, passou por Paris e Bruxelas, e termina na Rússia. Falando sério, é fácil entender por que essas questões de soberania e secessão assustam muita gente por aqui.
Foto: O Rijksmuseum de Amsterdam visto por trás, onde uma grande praça integra outros espaços culturais como o Museu Van Gogh.
Monday, March 17, 2014
Criméia
Estou em viagem, daí a dificuldade de escrever novos posts. Entretanto, daqui de Paris, não dá para ignorar a Criméia. Se você não sabia nada sobre a Criméia, não se envergonhe. Muita gente também não sabia!
Na França, tem que ser muito tapado para ignorá-la. Em Paris, há várias referências à região, palco de uma das guerras do século XIX: Boulevard de Sébastopol, Pont de l’Alma, Malakoff (comuna), Estação Criméia (metrô) e ainda a Avenue de Mac-Mahon, em homenagem ao comandante da campanha francesa.
Na Guerra da Criméia, o Império Russo foi derrotado pela França e seus aliados: Reino Unido, Império Otomano e Reino da Sardenha. Os militares consideram-na como a primeira guerra moderna. Ainda não havia aviões, mas a artilharia se tornou muito mais eficaz do que as armas brancas. Foi também a primeira guerra com extensa cobertura jornalística.
A transmissão das imagens da guerra direto do front causou impacto. Lamentavelmente, sabemos que a comoção não foi suficiente para se evitar novas guerras e a grande tragédia do começo do século passado.
Nesse aspecto, a Europa mudou. Ninguém mais quer morrer pela Criméia. Isso é ótimo! Por outro lado, temo que reajamos tardiamente diante de autocratas assassinos. E se a Rússia não se contentar apenas com a Criméia?
A história da Criméia, da Ucrânia e de vários países próximos é especialmente complicada. Desde os tempos mais remotos, a região ficou à margem dos grandes impérios, virando saco de pancadas de todos eles. Até o século passado, qualquer mudança de poder, assim como essa que presenciamos agora, era acompanhada de vingança, para não dizer limpeza étnica.
Ao longo da história tão turbulenta desses países da Europa Oriental, as maiores vítimas foram as suas minorias, sempre usadas como bodes expiatórios na briga de cachorros grandes: Judeus, tártaros, ciganos, armênios, etc.
Desejo melhor sorte a elas e os russos que se danem!
Leia também: É o amor!
Foto: A réplica do “Amsterdam” no Museu Marítimo. Trata-se de um cargueiro do século XVIII da Cia. Holandesa Das Índias Orientais.
Na França, tem que ser muito tapado para ignorá-la. Em Paris, há várias referências à região, palco de uma das guerras do século XIX: Boulevard de Sébastopol, Pont de l’Alma, Malakoff (comuna), Estação Criméia (metrô) e ainda a Avenue de Mac-Mahon, em homenagem ao comandante da campanha francesa.
Na Guerra da Criméia, o Império Russo foi derrotado pela França e seus aliados: Reino Unido, Império Otomano e Reino da Sardenha. Os militares consideram-na como a primeira guerra moderna. Ainda não havia aviões, mas a artilharia se tornou muito mais eficaz do que as armas brancas. Foi também a primeira guerra com extensa cobertura jornalística.
A transmissão das imagens da guerra direto do front causou impacto. Lamentavelmente, sabemos que a comoção não foi suficiente para se evitar novas guerras e a grande tragédia do começo do século passado.
Nesse aspecto, a Europa mudou. Ninguém mais quer morrer pela Criméia. Isso é ótimo! Por outro lado, temo que reajamos tardiamente diante de autocratas assassinos. E se a Rússia não se contentar apenas com a Criméia?
A história da Criméia, da Ucrânia e de vários países próximos é especialmente complicada. Desde os tempos mais remotos, a região ficou à margem dos grandes impérios, virando saco de pancadas de todos eles. Até o século passado, qualquer mudança de poder, assim como essa que presenciamos agora, era acompanhada de vingança, para não dizer limpeza étnica.
Ao longo da história tão turbulenta desses países da Europa Oriental, as maiores vítimas foram as suas minorias, sempre usadas como bodes expiatórios na briga de cachorros grandes: Judeus, tártaros, ciganos, armênios, etc.
Desejo melhor sorte a elas e os russos que se danem!
Leia também: É o amor!
Foto: A réplica do “Amsterdam” no Museu Marítimo. Trata-se de um cargueiro do século XVIII da Cia. Holandesa Das Índias Orientais.
Tuesday, February 25, 2014
Neymar
Demoraram, mas acordaram. A blogosfera e a imprensa finalmente perceberam que o caso Neymar não é apenas um escândalo catalão. Aleluia!
Desde o primeiro dia, soube que fomos lesados. Nós?! Claro, não se rouba o governo, roubamos uns aos outros. Acho que não preciso explicar isso para o leitor deste blog.
A sonegação do craque deve ser da ordem de dezenas de milhões de reais. Muitos políticos já foram crucificados por muito menos. São dois pesos e duas medidas?
Se quisermos ser um país sério, a regra deve valer para todos: estrelas do esporte, astros da televisão e até os mais renomados profissionais liberais.
A verdade é que existe uma classe de celebridades, acima do bem e do mal, que sonega descaradamente. Relação trabalhista vira contrato empresarial, CPF vira CNPJ, salário vira royalty, o banco da esquina vira banco uruguaio, etc. Tudo na maior cara de pau!
O povão entendeu com muito custo a injustiça da Copa. Talvez não entenda o caso Neymar. De qualquer modo, quem carrega nas costas a maior parte da carga tributária não é o povão, somos nós. Sim, vamos pagar tudo o que o Neymar sonegou. E existem vários Neymars por aí.
Foto: Museu Marítimo de Amsterdam (ótimo programa) e a réplica do velho Amsterdam.
Desde o primeiro dia, soube que fomos lesados. Nós?! Claro, não se rouba o governo, roubamos uns aos outros. Acho que não preciso explicar isso para o leitor deste blog.
A sonegação do craque deve ser da ordem de dezenas de milhões de reais. Muitos políticos já foram crucificados por muito menos. São dois pesos e duas medidas?
Se quisermos ser um país sério, a regra deve valer para todos: estrelas do esporte, astros da televisão e até os mais renomados profissionais liberais.
A verdade é que existe uma classe de celebridades, acima do bem e do mal, que sonega descaradamente. Relação trabalhista vira contrato empresarial, CPF vira CNPJ, salário vira royalty, o banco da esquina vira banco uruguaio, etc. Tudo na maior cara de pau!
O povão entendeu com muito custo a injustiça da Copa. Talvez não entenda o caso Neymar. De qualquer modo, quem carrega nas costas a maior parte da carga tributária não é o povão, somos nós. Sim, vamos pagar tudo o que o Neymar sonegou. E existem vários Neymars por aí.
Foto: Museu Marítimo de Amsterdam (ótimo programa) e a réplica do velho Amsterdam.
Saturday, February 22, 2014
Mercado
Geralmente associamos os cartéis às grandes corporações. O recente imbróglio ferroviário paulista é mostra disso. Entretanto, a manipulação do mercado, o cerceamento da concorrência e a imposição de barreiras de entrada são mais banais do que parecem.
Tomo dois exemplos recentes de coisas que estão mais perto da gente do que a contratação de trens, um caso francês e outro brasileiro.
Paris é conhecida pela falta de táxis. Se você não estiver a fim de usar o transporte público, vai depender da loteria que é achar um táxi livre pelas ruas da cidade. Quando achar, ainda existe a chance de que o motorista recuse a viagem. Ah, sim! Isso é muito comum por lá.
O preço do táxi francês é controlado, como em muitos lugares do mundo. O problema está na oferta. A união dos taxistas transformou aquilo num clube fechado. O número total de veículos permanece o mesmo há muito tempo. Um novo motorista só entra se um outro sair e ainda pagando um prêmio de 200 mil euros. Apesar das investidas do governo, a categoria resistiu e não deixou aumentar a frota.
A saída do governo foi criar o serviço de locação de carros de turismo com motorista. Parece complicado? Na prática, é quase a mesma coisa do que o bom e velho táxi. A diferença é que não existe a possibilidade de chamá-los sinalizando-se para o motorista, usa-se exclusivamente a Internet, algo que, por sinal, também tem se tornado comum entre os táxis. Vários serviços como Allocab e Snapcar começam a comer o mercado pelas bordas e transformar Paris numa cidade tão boa para os negócios como é para o turismo.
Já o governo brasileiro tem uma mentalidade diferente. Todos estão alarmados com o aumento dos custos de hotéis e restaurantes em algumas sedes da Copa. Nosso governo está aparelhando-se para o controle de preços ao invés de ter trabalhado para aumentar a oferta há alguns anos. Tarde demais para revogar a lei da oferta e da procura!
Vou ao Maracanã participar da grande festa. Tive que me contentar com um bate e volta de São Paulo. Achei absurdo pagar bem mais de mil reais por noite em hotéis de segunda.
O Rio é mesmo um caso à parte, mas não precisava ser o lugar mais caro do mundo. Mesmo sem Copa e sem Olimpíadas, a cidade já tinha diárias monegascas. Não é novidade para ninguém que existe um cartel de hotelaria na cidade.
Enfim, os grandes cartéis corporativos são manchetes de jornais e alvos de multas milionárias. Mas, no dia a dia, são os pequenos cartéis que nos esfolam.
“People of the same trade seldom meet together, even for merriment and diversion, but the conversation ends in a conspiracy against the public, or in some contrivance to raise prices.”
Foto: Outro cantinho de Amsterdam, foto tirada nas minhas férias de 2013.
Tomo dois exemplos recentes de coisas que estão mais perto da gente do que a contratação de trens, um caso francês e outro brasileiro.
Paris é conhecida pela falta de táxis. Se você não estiver a fim de usar o transporte público, vai depender da loteria que é achar um táxi livre pelas ruas da cidade. Quando achar, ainda existe a chance de que o motorista recuse a viagem. Ah, sim! Isso é muito comum por lá.
O preço do táxi francês é controlado, como em muitos lugares do mundo. O problema está na oferta. A união dos taxistas transformou aquilo num clube fechado. O número total de veículos permanece o mesmo há muito tempo. Um novo motorista só entra se um outro sair e ainda pagando um prêmio de 200 mil euros. Apesar das investidas do governo, a categoria resistiu e não deixou aumentar a frota.
A saída do governo foi criar o serviço de locação de carros de turismo com motorista. Parece complicado? Na prática, é quase a mesma coisa do que o bom e velho táxi. A diferença é que não existe a possibilidade de chamá-los sinalizando-se para o motorista, usa-se exclusivamente a Internet, algo que, por sinal, também tem se tornado comum entre os táxis. Vários serviços como Allocab e Snapcar começam a comer o mercado pelas bordas e transformar Paris numa cidade tão boa para os negócios como é para o turismo.
Já o governo brasileiro tem uma mentalidade diferente. Todos estão alarmados com o aumento dos custos de hotéis e restaurantes em algumas sedes da Copa. Nosso governo está aparelhando-se para o controle de preços ao invés de ter trabalhado para aumentar a oferta há alguns anos. Tarde demais para revogar a lei da oferta e da procura!
Vou ao Maracanã participar da grande festa. Tive que me contentar com um bate e volta de São Paulo. Achei absurdo pagar bem mais de mil reais por noite em hotéis de segunda.
O Rio é mesmo um caso à parte, mas não precisava ser o lugar mais caro do mundo. Mesmo sem Copa e sem Olimpíadas, a cidade já tinha diárias monegascas. Não é novidade para ninguém que existe um cartel de hotelaria na cidade.
Enfim, os grandes cartéis corporativos são manchetes de jornais e alvos de multas milionárias. Mas, no dia a dia, são os pequenos cartéis que nos esfolam.
“People of the same trade seldom meet together, even for merriment and diversion, but the conversation ends in a conspiracy against the public, or in some contrivance to raise prices.”
Adam Smith (A riqueza das nações, 1776)
Foto: Outro cantinho de Amsterdam, foto tirada nas minhas férias de 2013.
Thursday, February 20, 2014
Esquerda
O termo "esquerda caviar" surgiu na França para designar aqueles socialistas que não abrem mão de uma vida de muito conforto. Uma vez no poder, esquerdistas daqui e dali apegaram-se ao luxo. Entretanto, devemos reconhecer, que essa geração foi às ruas e combateu pelos seus ideais.
É o caso dos líderes do PT - presidiários ou não - e dos franceses, que quebraram tudo em 1968. No poder, são um péssimo exemplo para os comunas de hoje. Esses sim são diferentes. E como!
Os comunas de hoje terceirizam a bagunça. Para horror de Trotski, contratam pobres coitados e não-tão-pobres-assim para representá-los nas praças públicas das nossas capitais. Pedra pra cá, porrada pra lá, bala de borracha pra cá, rojão pra lá. Marx não imaginaria tão vil exploração do proletariado.
Mas nem tudo é decepção no mundo da luta contra as classes opressoras. Os trabalhadores estão mais unidos e não se dão por vencidos. Fizeram até um "rebranding" da baderna através do Black Bloc.
Eu sou do tempo em que um coitado fazia uma manifestação apenas por um lanchinho. Uma vez, cruzei com uma passeata na Paulista. Parecia um bando de zumbis, que mal sabiam repetir aquilo que o homem do megafone esbravejava. Como disse o poeta: "Que tétricas figuras!"
A remuneração dos manifestantes subiu de zero para 150. Imagina na Copa!
Enfim, já não se fazem mais comunas como antigamente. Qualquer hora eu volto para avacalhar com a nova direita brasileira.
Foto: Um canto de tranquilidade no zôo de Amsterdam.
É o caso dos líderes do PT - presidiários ou não - e dos franceses, que quebraram tudo em 1968. No poder, são um péssimo exemplo para os comunas de hoje. Esses sim são diferentes. E como!
Os comunas de hoje terceirizam a bagunça. Para horror de Trotski, contratam pobres coitados e não-tão-pobres-assim para representá-los nas praças públicas das nossas capitais. Pedra pra cá, porrada pra lá, bala de borracha pra cá, rojão pra lá. Marx não imaginaria tão vil exploração do proletariado.
Mas nem tudo é decepção no mundo da luta contra as classes opressoras. Os trabalhadores estão mais unidos e não se dão por vencidos. Fizeram até um "rebranding" da baderna através do Black Bloc.
Eu sou do tempo em que um coitado fazia uma manifestação apenas por um lanchinho. Uma vez, cruzei com uma passeata na Paulista. Parecia um bando de zumbis, que mal sabiam repetir aquilo que o homem do megafone esbravejava. Como disse o poeta: "Que tétricas figuras!"
A remuneração dos manifestantes subiu de zero para 150. Imagina na Copa!
Enfim, já não se fazem mais comunas como antigamente. Qualquer hora eu volto para avacalhar com a nova direita brasileira.
Foto: Um canto de tranquilidade no zôo de Amsterdam.
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Sunday, February 16, 2014
Alçapão
Fico perplexo com algumas bobagens que circulam pela Internet. Artigos falsos ou imagens manipuladas passam por milhões e muitos desses são bem intencionados. Ainda pior, são meus amigos no Facebook!
Poucas dicas são suficientes para poupar qualquer um do constrangimento de espalhar notícias falsas. Por exemplo, se encontrar uma matéria dizendo que a Dilma quer revogar a Lei da Gravidade, não repasse de imediato. Desconfie! Se a matéria for atribuída ao Globo, vá ao site do mesmo e confira. Senão, use o Google e busque “Dilma Revogação Lei da Gravidade”.
Redistribuir informações diretamente das páginas de fontes consagradas oferece menos riscos. Evite aqueles blogs quase desconhecidos ou textos copiados e colados no Facebook. Mesmo com todos os cuidados, o risco de retransmissão de algo ruim sempre existe.
Recentemente, também fui vítima de um golpe jornalístico. Nos primeiros dias de Sochi, a NBC publicou um “scoop”. Sua matéria alertava que, chegando-se à sede dos Jogos, todo celular era instantaneamente "hackeado”. Retransmiti a matéria pelo Twitter. Eu e milhares de pessoas.
Achei a notícia interessante, pois serve de alerta para o potencial de bisbilhotagem possibilitado pela tecnologia, sobretudo quando está nas mãos de um governo muito mais bandido do que aquele que patrocina a NSA.
Os smartphones realmente podem ser violados dessa forma. Já foi o tempo em que para ter seu celular invadido era necessário baixar um aplicativo podre ou clicar num endereço suspeito. Basta receber um torpedo camarada e PUFF, já era! Se você for escolhido como alvo dos hackers, a invasão pode vir pelo wifi, bluetooth ou pela porta dos fundos.
Ficou preocupado? Ótimo, era isso mesmo que eu queria. Siga os conselhos do seu consultor de TI preferido e não transforme seu aparelho num repositório de intimidades.
Voltando aos Jogos. Alguns jornalistas mais sérios perceberam os erros e a manipulação escancarada da NBC. Nas horas seguintes, todos desmentiam - e eu também - o alçapão digital de Sochi.
Entretanto, não devemos nos iludir: 1) A Rússia monitora tudo o que se passa em Sochi de uma forma muito mais brutal do que a NSA. 2) Usando a velha máxima dos computadores, celular seguro é celular desligado.
Foto: Outra cena de Amsterdam.
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Saturday, February 8, 2014
Sochi
Se algum brasileiro está muito preocupado com os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, existe um atenuante. A expectativa é tão ruim, que dificilmente faremos pior. Já para o governo, aconteça o que acontecer, será sempre um sucesso.
Seremos perdoados. Não precisamos mais nos comparar com a Rússia e sua suntuosa sede de Sochi. No ranking econômico, a Rússia e a China estão num patamar acima, são países propulsores do desenvolvimento mundial, aquilo que sobrou do antigo BRIC. O Brasil, agora, é parte do grupo "fragile five", com a África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia. O mais triste é que o custo dos grandes eventos nos deixará ainda mais frágeis.
Apesar do bilionário investimento feito em Sochi, os hotéis inacabados viraram motivo de chacota. Mesmo que todo o resto dê certo, Sochi é um escândalo. Os russos - e os europeus em geral - enxergam a organização das Olimpíadas do frio, da mesma forma que nós vemos os eventos locais: corrupção, roubalheira, improbidade, indecência, etc.
Nas palavras da Economist: "Corruption comes in different forms: overstating costs, giving contracts to friends and relatives (some of whom have no qualifications) and reworking the same construction site several times over to justify charging more. Most of the money came directly from the state or via state banks".
Não se assustem com a familiaridade do texto, o Brasil ainda é institucionalmente mais evoluído do que a Rússia.
Para não ficar só em desgraça, confesso que estou esperando pelo campeonato de curling e que gostei muito da abertura dos Jogos. Acho que o uso de projeções digitais está apenas começando e tem grande potencial. É certamente uma ferramenta para se valorizar grandes eventos e cidades sem graça como São Paulo.
Veja também: Campeonato de corrupção em Sochi
Foto: O Begijnhof de Amsterdam, algo como uma vila de beatas. A origem dessas comunidades é medieval. Outras cidades holandesas e flamengas ainda conservam seus Begijnhof. Possivelmente, publicarei algumas dessas fotos.
Seremos perdoados. Não precisamos mais nos comparar com a Rússia e sua suntuosa sede de Sochi. No ranking econômico, a Rússia e a China estão num patamar acima, são países propulsores do desenvolvimento mundial, aquilo que sobrou do antigo BRIC. O Brasil, agora, é parte do grupo "fragile five", com a África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia. O mais triste é que o custo dos grandes eventos nos deixará ainda mais frágeis.
Apesar do bilionário investimento feito em Sochi, os hotéis inacabados viraram motivo de chacota. Mesmo que todo o resto dê certo, Sochi é um escândalo. Os russos - e os europeus em geral - enxergam a organização das Olimpíadas do frio, da mesma forma que nós vemos os eventos locais: corrupção, roubalheira, improbidade, indecência, etc.
Nas palavras da Economist: "Corruption comes in different forms: overstating costs, giving contracts to friends and relatives (some of whom have no qualifications) and reworking the same construction site several times over to justify charging more. Most of the money came directly from the state or via state banks".
Não se assustem com a familiaridade do texto, o Brasil ainda é institucionalmente mais evoluído do que a Rússia.
Para não ficar só em desgraça, confesso que estou esperando pelo campeonato de curling e que gostei muito da abertura dos Jogos. Acho que o uso de projeções digitais está apenas começando e tem grande potencial. É certamente uma ferramenta para se valorizar grandes eventos e cidades sem graça como São Paulo.
Veja também: Campeonato de corrupção em Sochi
Foto: O Begijnhof de Amsterdam, algo como uma vila de beatas. A origem dessas comunidades é medieval. Outras cidades holandesas e flamengas ainda conservam seus Begijnhof. Possivelmente, publicarei algumas dessas fotos.
Saturday, February 1, 2014
Mariazinha e Joãozinho
Meu plano para a última semana era uma convenção em Lisboa. Graças às raríssimas greves dos controladores de vôos europeus, acabei passando a semana em Paris. Se não pude fugir do frio, pelo menos pude matar as saudades das coisas de lá.
As capas das revistas de fofocas ainda ilustravam as novidades da vida amorosa do presidente. A imprensa mais séria sabe que o francês separa muito bem a vida pública e a vida privada dos políticos. De qualquer modo, como em todo lugar, a oposição sempre tira uma casquinha.
O assunto mais quente por lá é outro. Se você está incomodado com o beijo gay da novela, se você não está à vontade com a regulamentação do casamento gay ou foi um daqueles contrários a cartilha anti-homofóbica do governo brasileiro, prepare-se! A França vai mais longe.
Para construir uma igualdade de gêneros mais sólida, o governo francês começou uma rigorosa revisão de todo material didático desde o ensino básico. É o programa "ABCD da igualdade", em fase experimental para 600 classes.
A proposta é remover do currículo quaisquer estereótipos associados à masculinidade e feminilidade. Nada de mostrar menino de calça e camisa azul brincando de carrinho. Nada de menina de vestido vermelho brincando de boneca. Piadinha de Joãozinho e Mariazinha, então, nem pensar!
Com tamanha neutralidade, os diversos tipos transgêneros também saem ganhando, com a eliminação do preconceito potencial pela raiz. A turma de descontentes é a mesma que foi às ruas contra o casamento gay: extrema direita e grupos religiosos. Dessa vez, no entanto, foram mais eficazes. Montaram uma campanha contra a proposta educacional e, mais assustador, começaram a tirar seus filhos das escolas, um dia por mês.
A campanha para confundir a opinião pública acusa o governo de incorporar a "teoria do gênero" na educação. Segundo ela, os papéis masculinos e femininos são frutos de uma construção social e não das diferenças biológicas originais. Assim como o boicote às aulas foi coordenado pelas redes sociais, os boatos sobre a adoção da tal teoria também espalharam-se pelo mesmo meio. Da extrema-direita para o centro foi rapidinho. Confusão generalizada.
Tolerância e igualdade são ambições da sociedade francesa e de muitas outras. Já essa teoria do gênero talvez seja arrojada demais. Resta ao governo francês explicar a sua intenção e repelir as acusações da direita. Enquanto isso, bem que eles podiam tirar do material básico livros como "Papai usa vestido". Ou não?
Foto: Cenas de Amsterdam no último verão.
As capas das revistas de fofocas ainda ilustravam as novidades da vida amorosa do presidente. A imprensa mais séria sabe que o francês separa muito bem a vida pública e a vida privada dos políticos. De qualquer modo, como em todo lugar, a oposição sempre tira uma casquinha.
O assunto mais quente por lá é outro. Se você está incomodado com o beijo gay da novela, se você não está à vontade com a regulamentação do casamento gay ou foi um daqueles contrários a cartilha anti-homofóbica do governo brasileiro, prepare-se! A França vai mais longe.
Para construir uma igualdade de gêneros mais sólida, o governo francês começou uma rigorosa revisão de todo material didático desde o ensino básico. É o programa "ABCD da igualdade", em fase experimental para 600 classes.
A proposta é remover do currículo quaisquer estereótipos associados à masculinidade e feminilidade. Nada de mostrar menino de calça e camisa azul brincando de carrinho. Nada de menina de vestido vermelho brincando de boneca. Piadinha de Joãozinho e Mariazinha, então, nem pensar!
Com tamanha neutralidade, os diversos tipos transgêneros também saem ganhando, com a eliminação do preconceito potencial pela raiz. A turma de descontentes é a mesma que foi às ruas contra o casamento gay: extrema direita e grupos religiosos. Dessa vez, no entanto, foram mais eficazes. Montaram uma campanha contra a proposta educacional e, mais assustador, começaram a tirar seus filhos das escolas, um dia por mês.
A campanha para confundir a opinião pública acusa o governo de incorporar a "teoria do gênero" na educação. Segundo ela, os papéis masculinos e femininos são frutos de uma construção social e não das diferenças biológicas originais. Assim como o boicote às aulas foi coordenado pelas redes sociais, os boatos sobre a adoção da tal teoria também espalharam-se pelo mesmo meio. Da extrema-direita para o centro foi rapidinho. Confusão generalizada.
Tolerância e igualdade são ambições da sociedade francesa e de muitas outras. Já essa teoria do gênero talvez seja arrojada demais. Resta ao governo francês explicar a sua intenção e repelir as acusações da direita. Enquanto isso, bem que eles podiam tirar do material básico livros como "Papai usa vestido". Ou não?
Foto: Cenas de Amsterdam no último verão.
Saturday, January 25, 2014
#NãoVaiTerCopa
Tarde demais para reclamar da Copa. Os manifestantes que ameaçam bagunçar o país estão alguns anos atrasados. O pior de tudo é que a conta da Copa ainda nem chegou!
Atrapalhar o evento não vai resolver muita coisa. Talvez nem perturbe a campanha da Dilma, que se fará de vítima dos bagunceiros. O saldo poderia ser mais uma mancha na já não tão sólida imagem do país.
Por outro lado, não podemos deixar de ver o lado positivo do movimento. Eles acordaram tarde, mas acordaram. Quem sabe, estarão mais atentos a tantos outros maus usos do dinheiro público. A Copa foi a sua lição número um.
A outra boa notícia é que o PT perdeu o monopólio da bagunça. Embora seus infiltrados tenham conseguido esvaziar as manifestações do ano passado, parece evidente a existência de outras forças espontâneas querendo ir às ruas. Vai ficar mais difícil governar com o enfraquecimento do poder de comando do PT sobre os manifestantes legítimos e arruaceiros de plantão.
A Copa e seus estádios bilionários não caracterizam apenas um episódio de incompetência e facilitação da corrupção deste governo. No país do futebol, é uma crueldade. O povão percebeu muito tardiamente que pagaria, mas não teria acesso. O prêmio de consolação será uns "rolezinhos" em torno dos estádios.
Se Lula e Dilma fossem menos arrogantes e gananciosos talvez tivessem procurado um modelo de Copa "light" como fez a África do Sul. Só com a diferença de investimentos nos estádios, eles economizaram alguns bilhões de dólares. Montante suficiente para pagar nosso satélite recentemente perdido, nossa base na Antártica incendiada e alguns Gripen. A propósito, a África do Sul têm dois satélites, duas bases na Antártica e uma frota de Gripen.
Leia também: Circenses, de 21/10/2012
Foto: Mais uma tomada dos canais de Amsterdam (agosto de 2013).
Atrapalhar o evento não vai resolver muita coisa. Talvez nem perturbe a campanha da Dilma, que se fará de vítima dos bagunceiros. O saldo poderia ser mais uma mancha na já não tão sólida imagem do país.
Por outro lado, não podemos deixar de ver o lado positivo do movimento. Eles acordaram tarde, mas acordaram. Quem sabe, estarão mais atentos a tantos outros maus usos do dinheiro público. A Copa foi a sua lição número um.
A outra boa notícia é que o PT perdeu o monopólio da bagunça. Embora seus infiltrados tenham conseguido esvaziar as manifestações do ano passado, parece evidente a existência de outras forças espontâneas querendo ir às ruas. Vai ficar mais difícil governar com o enfraquecimento do poder de comando do PT sobre os manifestantes legítimos e arruaceiros de plantão.
A Copa e seus estádios bilionários não caracterizam apenas um episódio de incompetência e facilitação da corrupção deste governo. No país do futebol, é uma crueldade. O povão percebeu muito tardiamente que pagaria, mas não teria acesso. O prêmio de consolação será uns "rolezinhos" em torno dos estádios.
Se Lula e Dilma fossem menos arrogantes e gananciosos talvez tivessem procurado um modelo de Copa "light" como fez a África do Sul. Só com a diferença de investimentos nos estádios, eles economizaram alguns bilhões de dólares. Montante suficiente para pagar nosso satélite recentemente perdido, nossa base na Antártica incendiada e alguns Gripen. A propósito, a África do Sul têm dois satélites, duas bases na Antártica e uma frota de Gripen.
Leia também: Circenses, de 21/10/2012
Foto: Mais uma tomada dos canais de Amsterdam (agosto de 2013).
Wednesday, January 15, 2014
Blasfêmia
O especial de Natal do “Porta dos Fundos” despertou a fúria
de diversos grupos cristãos. O tema não é novo neste blog. Nos tempos de
Europa, comentei várias vezes sobre as reações de grupos religiosos aos cartunistas
mais ousados.
De uma forma geral, acho positivo que os humoristas não
encarem religião como tabu e utilizem-na como mote para suas criações. Se
existem limites, que sejam delineados pelo bom senso e não por burocratas.
Muita gente já inspirou-se na Bíblia para fazer rir, por
exemplo, Mel Brooks (A História do Mundo) e Monty Python (A vida de Brian). Cá
entre nós, na maioria dos filmes do gênero, a piada já está quase pronta!
Uma das técnicas mais comuns para se fazer graça com história
ou religião é recriar o passado com referências do presente, sejam nos
costumes, na linguagem ou na tecnologia. No vídeo em questão, o presente trazido
por Melquior não era mirra, mas uma outra erva. Num outro quadro, Maria
diz: “Esse Império Romano é um ovo”. Já no final, Jesus diz para Tibério: “Você
tem a maior mão de fada”.
Até aí tudo bem. O debate esquenta ao se afrontar um dogma
da religião. É o que acontece, por exemplo, quando algum cartunista europeu faz
uma representação de Maomé. Já a trupe brasileira fez piada com a maternidade
de Maria. Apesar de ter gostado de grande parte do vídeo, reconheço que isso
seria dispensável. Justamente por ser uma piada tão fácil, beira o mau gosto. Por
outro lado, não concordaria com a sua censura.
Os tais grupos cristãos tiveram o mesmo comportamento dos
petistas. Até ironizarem Lula e Dilma, o “Porta dos Fundos” era um grupo genial.
Depois, virou um grupo tucano. Há poucas semanas, o grupo avacalhou alguns
costumes islâmicos e ninguém falou nada.
Esse é o problema de quem leva religião muito a sério. Toda
religião possui seus mitos e dogmas. Nem todos acreditam em tudo, mas respeitam.
O problema começa quando alguns acham que as suas crenças são mais verdadeiras
do que as dos outros.
E se o “Porta dos Fundos” pisou na bola fazendo piada com
Maria, coube a ninguém menos do que Deus a fala mais inspirada do polêmico
vídeo, que serve de resposta aos tais grupos cristãos e a outros fanáticos. No final
do primeiro quadro, diante de um José incrédulo de que a história do seu filho Jesus seja convincente, Deus diz: “Querido, isso aí relaxa. O pessoal acredita em
qualquer coisa. Vai por mim”.
Foto: Abrindo uma série de fotos de Amsterdam tiradas em
agosto de 2013.
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